01 OUT 2020
Mais da metade dos internautas brasileiros se preocupa com as notícias falsas e checam conteúdos que leem, recebem ou compartilham na internet e nas redes sociais.
Essa é uma das principais revelações da quarta edição do Observatório Febraban, #BrasilOnline, feita entre os dias 17 a 22 de setembro, com três mil internautas, acima de 16 anos, em todas as regiões do Brasil.
Apontou também que as campanhas nacionais e internacionais de alerta e combate às fake news parecem estar surtindo efeito, provavelmente reforçadas na pandemia por temas como saúde, doença, vacina entre outros, informa a Febraban.
Nesta edição, o estudo voltou-se à parcela da população brasileira conectada à internet: hábitos de frequência, motivos do acesso, comportamento, expectativas de mudanças de comportamento pós-pandemia, atitudes quanto às fake news.
Ao analisar a relação do internauta com as fake news, o cientista político e sociólogo Antonio Lavareda, presidente do do Conselho Científico do Ipespe, ressalta que as mudanças de atitude são precedidas por mudanças de percepção, que nesse caso, já estariam em curso. "A conjuntura das eleições municipais desse ano será uma excelente oportunidade para checar o quanto essa conscientização sobre os males das fake news se transformará em comportamento efetivo", diz.
Olha só
O estudo revela ainda que o brasileiro considera a internet ainda um produto da elite.
Dos entrevistados, 48% concordam que o acesso à internet se ampliou no Brasil e ajudou a democratizar o acesso a informações, conhecimento, lazer e serviços, mas a metade considera que "a internet no Brasil ainda é restrita a uma parcela da população, deixando de fora a maioria das pessoas mais pobres, dos idosos e outros".
A importância dos influenciadores digitais nesse universo chama atenção. 44% seguem algum tipo de digital influencer, e entre aqueles entre 16 a 24 anos o percentual chega a 65%.
O levantamento confirma também tendências que vinham sendo identificadas por levantamentos em anos recentes, evidencia mudanças no período da pandemia e apresenta curiosidades. Quase 90% dos entrevistados declaram que não conseguiriam viver sem ou sentiriam muita falta da internet em suas vidas. O acesso à internet integrou-se definitivamente à "cesta básica" de produtos/serviços das famílias, como água e luz.
Presidente da Febraban, Isaac Sidney avalia:
- A pandemia da covid-19 deixou explícita essa importância da internet. As evidências são de que a pandemia deve acelerar o já intenso processo de digitalização da vida social. Confinados às suas casas durante semanas ou meses, mesmo os mais resistentes à tecnologia tiveram que migrar atividades cotidianas para a web, em maior ou menor medida.
Autor(a): Eliana Lima