23 SET 2024
Matéria assinada por Lucinda Pinto na Invest News informa sobre um plano de recuperação judicial da Coteminas, empresa do setor têxtil dona das marcas Santista, Artex e M.Martan e Casas Moysés.
Observa que os detalhes da proposta, uma espécie de ponto de partida para as negociações, ainda não foram divulgados, mas uma apuração feita pelo site indica que “o plano contemplará a venda de ativos como forma de levantar recursos para fazer frente à dívida, calculada em cerca de R$ 1,8 bilhão”.
Destaca que a joia da coroa para o plano são galpões localizados no RN e na Paraíba, que seriam transformados em data centers (espaços dedicados a hospedar servidores).
Explica:
- A Coteminas já havia colocado um desses imóveis à venda no fim de 2022. É um galpão localizado em São Gonçalo do Amarante, no Rio Grande do Norte, avaliado em R$ 429,7 milhões. Alguns interessados chegaram a aparecer, mas o negócio não foi fechado. Outros dois imóveis semelhantes estão chamando a atenção das empresas do setor: um em Macaíba, também no Rio Grande do Norte, e outro em João Pessoa, na Paraíba.
- Os três ativos têm características interessantes para as empresas de data centers: ficam perto de cabos submarinos de internet (no caso, o Brazilian Festoon), de usinas termelétricas ou de subestações de energia. Essa combinação garante que o data center tenha o menor delay (atraso) possível e um backup (contingência) robusto de energia.
- Mais importante: permite que o data center não dependa de uma distribuidora: a energia vem diretamente da geradora, o que significaria uma economia de até 25%, segundo estimativas de empresas que atuam nesse setor.
Projeto anterior
O BZN lembrou do projeto que o manda-chuva do grupo, Josué Gomes, apresentou em setembro de 2012 à então governadora Rosalba Ciarlini e ao então prefeito de São Gonçalo do Amarante, Jaime Calado. Um plano gigante que compreendia a construção de um complexo residencial e comercial no município, na perspectiva do crescimento que o novo aeroporto proporcionaria.
O projeto previa a construção de condomínio residencial para 12 mil pessoas, além de shopping center com 300 lojas, hotel com 720 apartamentos, centro comercial, de convenções, de artesanato e teatro, escola, creche, posto de saúde, biblioteca e parque ecológico.
A previsão de conclusão da primeira fase era até a Copa do Mundo de 2014. A pretensão do grupo era investir R$ 1,1 bilhão no projeto, que também. Projeto que foi elaborado durante 12 meses, e que recebera sinal verde após ‘estudos de mercado cuidadosos’.
Infelizmente, não foi viabilizado.
Autor(a): BZN