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IPTU pesa e esvazia Cidade Alta; Ribeira também espera incentivos

03 SET 2025

Foto: @brunnomartins

O coração histórico de Natal segue pedindo socorro. Na Cidade Alta, comerciantes apontam o IPTU salgado como um dos principais motivos da fuga de empreendedores, deixando ruas cada vez mais vazias. Símbolo desse esvaziamento é o primeiro e único edifício-garagem vertical de Natal, construído na década de 1970 para atender à demanda do comércio local. Hoje, ele já não funciona mais como estacionamento: a escassez de clientes e os altos custos, entre eles os impostos, tornaram o negócio inviável.

A vizinha Ribeira, que se desenvolveu posteriormente, também enfrenta abandono e carece de incentivos para se reinventar.

Uma luz no escuro túnel se acendeu na reunião dessa terça-feira (2), no Palácio Felipe Camarão, com presença de vários secretários, representantes da Fecomércio, Caixa Econômica, CDL etc., em que foi discutido sobre uma lei de incentivos específica para os dois bairros. A ideia é oferecer mecanismos fiscais e urbanísticos capazes de atrair investimentos, moradia e novos usos para os imóveis hoje ociosos.

Olhar histórico

A Cidade Alta é o bairro mais antigo da capital dos magos-históricos, surgido junto com a fundação da cidade em 25 de dezembro de 1599, sob a liderança de Jerônimo de Albuquerque Maranhão, que organizou o núcleo urbano, construiu a Igreja Matriz de Nossa Senhora da Apresentação e estabeleceu a primeira estrutura administrativa e militar. A região foi palco de importantes episódios históricos, como a resistência à invasão holandesa no século XVII.

A Ribeira se consolidou mais tarde, a partir do século XIX, com o impulso do porto e da Ferrovia Great Western. Tornou-se centro econômico e cultural, abrigando cafés, cinemas, teatros e a efervescente vida boêmia natalense. Desde 2010, ambos os bairros integram o conjunto urbano tombado pelo Iphan, reconhecendo seu valor histórico e arquitetônico

Autor(a): BZN



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