A Justiça Federal determinou que a Secretaria de Estado da Saúde Pública (Sesap) do Rio Grande do Norte reabra, em até 48 horas, todos os leitos de UTI neonatal e pediátrica do Hospital Infantil Maria Alice Fernandes, em Natal. A decisão atende a um pedido do Conselho Regional de Medicina (Cremern), Ministério Público e Defensoria Pública, que alertaram para o risco iminente à vida de recém-nascidos e crianças.

O hospital, referência no atendimento pediátrico no estado, chegou a ter leitos bloqueados por falta de medicamentos, insumos e profissionais. Na segunda-feira (11), pelo menos 12 pacientes aguardavam vaga em terapia intensiva, alguns em situação crítica, segundo dados do sistema Regula Leitos.

A juíza federal Gisele Leite determinou não apenas a reabertura imediata dos leitos, mas também a apresentação de um plano de ação em 30 dias, garantindo manutenção integral e contínua da UTI.

O episódio revela, mais uma vez, o descaso do governo Fátima Bezerra com a saúde pública. A falta de planejamento, investimento e fiscalização transformou um hospital infantil de referência em um risco à vida das crianças que dele dependem. A responsabilidade é direta: permitir que uma unidade que atende pacientes vulneráveis chegue a esse ponto é uma falha grave da gestão estadual.

O secretário de Saúde, Alexandre Motta, afirmou que os insumos serão entregues em parceria com fornecedores e outras instituições públicas. Porém, o socorro emergencial não pode substituir políticas permanentes de proteção à saúde. A Justiça precisou intervir para salvar vidas, algo que deveria ser obrigação do próprio governo do estado.

Enquanto a governadora dança estado afora e sorri em Brasília, crianças em situação crítica esperam por leitos de UTI bloqueados por negligência administrativa. A pergunta que fica é: até quando o descaso será tolerado antes que novas tragédias aconteçam?

Autor(a): BZN