O humorista Leo Lins se manifestou publicamente nessa quinta-feira (5) após ser condenado a oito anos de prisão por piadas consideradas ofensivas contra minorias em seus shows. Em vídeo divulgado nas redes sociais, ele afirmou que suas falas foram interpretadas de forma equivocada e destacou que seu trabalho é ficcional e usa linguagem humorística, não literal.

Gravado em sua casa, o vídeo tem pouco mais de 12 minutos. Nele, Leo Lins não pediu desculpas, mas criticou o que chamou de “interpretação emocional” da Justiça. Segundo o humorista, seu conteúdo é baseado em ironia, exageros e metáforas, características típicas do stand-up comedy. "Na construção do texto usamos figuras de linguagem como hipérbole, metáfora e ironia numa licença estética. Portanto, uma análise literal não se aplica à estrutura do cômico”, explicou Leo.

Leo também classificou a sentença como uma forma de censura e questionou os limites da liberdade de expressão no Brasil. Para ele, aceitar punições como a que recebeu é permitir que o Estado controle o que se pode ouvir, dizer ou pensar.

Ele agradeceu o apoio de colegas, como Danilo Gentili e da jornalista Monica Apor, além de mencionar mensagens de solidariedade de fãs e influenciadores. Segundo ele, isso o encorajou a continuar. “Show de humor, apresentação de stand-up comedy, obra teatral, ficção, você está entrando em um teatro, está em um canal do humorista Leo Lins, mas parece que as pessoas perderam a capacidade de interpretar o óbvio. Estamos vivendo uma das maiores epidemias dos últimos tempos, a da cegueira racional”, declarou.

Ao final do vídeo, Lins agradeceu o apoio de familiares, colegas de profissão, juristas e jornalistas, encerrando com uma mensagem otimista. “Tenho fé que no fim vai dar tudo certo, até porque se rir virou crime, o silêncio virou regra.”

Autor(a): BZN