Política

Lewandowski admite falhas no presídio de Mossoró, que tem problemas desde a inauguração

15 FEV 2024

Foto: Área das celas em 2011 - Foto Gláucio Dettmar/CNJ

Em entrevista coletiva, o ministro Ricardo Lewandowski (Justiça) admitiu falhas na inspeção e na estrutura. “Verificamos que havia defeitos na construção do presídio. Houve uma fuga pela luminária”.


Os dois presos que fugiram do presídio, que deveria ser de segurança máxima, utilizaram instrumentos de uma obra de reforma para escapar.


Mas foi feia uma justificativa de Lewandowski: “Em primeiro lugar, a fuga ocorreu numa terça-feira de Carnaval. Na passagem da terça-feira para a quarta-feira de cinzas. Onde, eventualmente, as pessoas estavam mais relaxadas, como costuma ocorrer neste momento”.


Nã. Quequeisso, ministro?


E ele anunciou a construção de muralhas e reconhecimento facial nos presídios federais.


Sobre medidas para recapturar os fugitivos, informou que estão sendo usados 300 agentes,  3 helicópteros e drones.


Pois bem


A construção do presídio federal em Mossoró foi anunciada em 2005, no primeiro governo de Lula. E foi inaugurado no segundo, em 2009. E desde então apresenta problemas.


Em setembro de 2010, o então corregedor-geral do presídio, juiz Mário Jambo, da Justiça Federal no RN, determinou a interdição do presídio. O local só abrigava 38 presos, apesar de possuir capacidade para 208.


Segundo o magistrado, havia rachaduras por todo o prédio. O procurador da República Fernando Rocha, que também acompanhava a situação, declarou à imprensa: "Tem até formigueiros dentro delas [celas]".


Para de ter ideia, não havia autonomia hidráulica e a solução foi receber água do Complexo Penal Estadual Agrícola Mário Negócio, também em Mossoró. Mário Jambo determinou que o presídio só receberia novos presos quando tivesse abastecimento próprio de água.


Jambo negou pedido de transferência de presos de alta periculosidade diante das precárias condições de segurança do presídio. Um deles era ninguém menos que Fernandinho Beira-mar.


Detalhe


O custo inicial do presídio sofreu um reajuste de 10% e somou R$ 22 milhões. Mais que o de Catanduvas, que custou R$ 20 milhões.


Atualmente a unidade está em obras.

Autor(a): BZN



últimas notícias