Política

Lula é criticado por líder indígena em seu palco ostentoso

14 SET 2024

Foto: A celebração deveria ser indígena, mas as autoridades de paletó empurraram pra trás - Foto Ricardo Stuckert/PR

O presidente Lula da Silva (PT) não gostou de ouvir críticas da líder Yakui Tupinambá, quinta-feira (12), no Rio de Janeiro, no seu palanque de cerimônia que celebrou o retorno do Manto Tupinambá ao Brasil, vestimenta sagrada estava na Dinamarca e vai ficar no Museu Nacional do Rio.  

Antes de começar a falar, Yakui pediu permissão para "quebrar protocolo", chamou Lula de "Luiz, filho da Lindu”, disse que soube que a fala dele seria de três minutos e ecoou: "O Brasil lida com a adversidade. Povo indígena é povo de oralidade. Não é com cronômetro."  

Afirmou que espera desde 2009 a vontade da Presidência da República e do Ministério da Justiça para assinar portaria declaratória que demarca as terras indígenas. E bradou a "insatisfação com a postura colonizadora personificada pelo Estado brasileiro”.

Continuou: "Nosso desejo era de que no desembarque do manto sagrado pudéssemos estar presentes para recebê-lo com ritos honrosos merecidos, por se tratar de algo, para nós, de extrema importância espiritual e identidade cultural. Porém, mais uma vez, as justificativas apresentadas não convenceram”. E cobrou transparência no processo de mudança do manto que estava na Dinamarca. 

Lula ficou uma fera, rebateu as críticas da líder Yakui Tupinambá, disse que fica feliz em fazer parte de um governo que as pessoas podem reclamar do presidente na frente dele, e que em "tempos não muitos distantes, os indígenas não eram chamados nem para falar”.  

Alfinetou: "Eu queria apenas que a companheira que falou aqui, mudasse o seu discurso. Aqui não tem subserviência para ficar no poder. Eu não preciso disso. O que você tem é inteligência política, para saber que eu tenho um partido com 70 deputados, em 513, eu tenho nove senadores, em 81”.


Palanque com o manto sagrado

Autor(a): BZN



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