Na ilha, onde a beleza natural contrasta brutalmente com a violência que destrói o futuro de suas crianças, o pesadelo da venda e da prostituição infantil persiste, e piora. Crianças que deveriam brincar e estudar são entregues ao horror, traficadas como mercadoria, vítimas silenciosas de um sistema que falha em protegê-las.

O governo Lula da Silva (PT) chegou à ilha em meio a pompas e circunstâncias, anunciando um compromisso solene de salvação e transformação. Promessas grandiosas foram feitas, discursos inflamados proferidos. Mas, no concreto, o que se viu foi o aprofundamento do abandono. A situação, longe de melhorar, tornou-se ainda mais crítica. A vereadora paulista Ana Carolina Oliveira (Podemos), mãe de Isabella Nardoni, assassinada em 2008 pelo pai e a madrasta, tem sido voz firme das que lutam por justiça, denuncia o agravamento dessa crise, uma ferida aberta que sangra sob o olhar complacente do poder.

Enquanto isso, o Ministério Público Federal, em um episódio que chocou a opinião pública, pediu multa de R$ 5 milhões para a então ministra Damares Alves, no governo Bolsonaro, porque ela ousou denunciar essas atrocidades. Em 8 de outubro de 2022, durante culto em Goiânia, Damares afirmou que crianças de Marajó tinham dentes arrancados para não morder durante sexo oral, bebés de 8 dias eram estuprados e vídeos desses abusos eram vendidos por até R$ 100 mil. 

Em setembro de 2023, o MPF no Pará ajuizou ação civil pública contra a ex-ministra e hoje senadora, afirmando que as falas dela eram sem provas e com forte teor sensacionalista, sem respaldo em registros policiais ou judiciais e contribuíram para estigmatizar a população local, além de terem sido usadas com finalidade eleitoral. A ação ainda está em andamento na Justiça Federal do Pará.

Pois bem!

É um retrato sombrio: crianças vítimas, autoridades indiferentes, e um sistema que falha em garantir direitos básicos e dignidade. Essa ilha não pode continuar sendo o palco da impunidade e do sofrimento das suas crianças. É urgente que a sociedade se levante, cobre respostas e exija ações concretas, antes que mais uma geração se perca nas sombras do descaso.

Autor(a): BZN