06 AGO 2024
A manhã desta terça-feira (6) começou com a megaoperação Salus et Dignitas, em São Paulo, realizada por várias forças de segurança para desarticular núcleos criminosos formados por guardas-civis metropolitanos e traficantes que agem na na Cracolândia. A operação é uma ação conjunta do Ministério Público (MP), Receita Federal, Polícia Militar (PM), Polícia Civil, Polícia Rodoviária Federal (PRF) e Ministério Público do Trabalho (MPT).
A milícia é suspeita de extorsão e tráfico de armas e drogas. Foram emitidos 7 mandados de prisão, 46 de sequestro e bloqueio de bens e suspensão de atividade econômica de 44 prédios comerciais. Além da perda da licença, os imóveis serão lacrados pelas autoridades municipais para garantir que a atividade ilícita não volte a acontecer no local.
As investigações, conduzidas pelo Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado (Gaeco), identificaram cinco núcleos criminosos atuando na Cracolândia, incluindo uma milícia formada por agentes de segurança e uma rede de exploração sexual e prostituição. O efetivo é apoiado por viaturas, helicópteros, drones e cães farejadores do 5º BPChoque (Canil) e de pelo menos outros três batalhões da polícia.
Um dos principais alvos é Leonardo Moja, líder do PCC na Favela do Moinho, que foi preso. Em 2021, ele foi detido por suspeita de homicídios.
De acordo com o Gaeco, os testas-de-ferro são incluídos como sócios de empresas como ferros-velhos, salões de beleza, clínicas de estética e lojas de autopeças na região central de São Paulo sem ter lastro financeiro para figurar como tal.
Os cinco grupos criminosos atuavam da seguinte forma na Cracolândia, conforme o Gaeco:
1. Ferros-velhos: Empresários exploravam dependentes químicos para furtar fios de energia e trocar o cobre por drogas.
2. Milícia de GCMs: Guardas-civis, policiais militares e civis extorquiam comerciantes em troca de proteção, arrecadando cerca de R$ 6 milhões em propina em um ano.
3. Receptação de celulares: Comerciantes libaneses compravam celulares roubados e furtados para revenda de peças.
4. Hotéis e hospedarias: Controlados pelo PCC, armazenavam drogas e exploravam sexualmente mulheres, incluindo menores de idade.
5. Favela do Moinho: Base do PCC, usada para tráfico de drogas e armas, e realização de "tribunais do crime".
Em tempo
O governador Tarcísio de Freitas acompanhou a ação de um helicóptero.
Nas redes sociais, postou:
Deflagrada operação Salus et Dignitas. Mais de 1.200 agentes das nossas forças de segurança estão em campo neste momento em uma grande ação integrada com @mpsp_oficial e @prefsp com foco na desarticulação da logística do crime organizado em diferentes pontos da região central da capital paulista. São mais de 200 mandados de prisão, busca e apreensão, sequestro e bloqueio de bens e suspensão da atividade econômica para combate ao tráfico de drogas e desmobilização de estruturas usadas pelo crime organizado. Vamos devolver o centro às pessoas.
Autor(a): BZN