Com quatro mandados de prisão preventiva e 33 de busca e apreensão em 10 estados da Federação expedidos pelo ministro Alexandre de Moraes (STF), a Polícia Federal deflagrou a Operação Tempus Veritatis, na manhã desta quinta-feira (8/2).

Moraes determinou que o ex-presidente Jair Bolsonaro entregue seu passaporte em até 24 horas e aplicou medidas restritivas contra ele. Também estão na mira da operação Valdemar Costa Neto, presidente do PL; general Augusto Heleno, ex-chefe do Gabinete de Segurança Institucional (GSI), general Braga Netto e Anderson Torres, ex-ministro da Justiça.

Dois dos quatro presos foram Filipe Martins, ex-assessor para Assuntos Internacionais da Presidência, e o coronel Marcelo Câmara, ex-ajudante de ordens de Bolsonaro.

Além dos mandados de busca e prisão, determinou também 48 medidas cautelares diversas da prisão, que incluem a proibição de manter contato com os demais investigados, proibição de se ausentarem do país, com entrega dos passaportes no prazo de 24 horas e suspensão do exercício de funções públicas.

O Exército acompanha o cumprimento de alguns mandados, em apoio à PF.

As medidas judiciais são cumpridas nos estados do Amazonas, Rio de Janeiro, São Paulo, Minas Gerais, Mato Grosso do Sul, Ceará, Espírito Santo, Paraná, Goiás e no Distrito Federal.

Segundo a PF, “o grupo investigado se dividiu em núcleos de atuação para disseminar a ocorrência de fraude nas Eleições Presidenciais de 2022, antes mesmo da realização do pleito, de modo a viabilizar e legitimar uma intervenção militar, em dinâmica de milícia digital”.

Diz que o “segundo eixo de atuação consistiu na prática de atos para subsidiar a abolição do Estado Democrático de Direito, através de um golpe de Estado, com apoio de militares com conhecimentos e táticas de forças especiais no ambiente politicamente sensível”.

Os fatos investigados configuram, em tese, os crimes de organização criminosa, abolição violenta do Estado Democrático de Direito e golpe de Estado. 

Autor(a): BZN