Política

Mortes de trabalhadores em Angola e o silêncio de Lula

31 JUL 2025

Foto: Ricardo Stuckert/PR

Luanda enfrenta sua pior onda de protestos desde o fim da guerra civil. A faísca foi o corte de subsídios ao diesel, que encareceu o transporte, gerando paralisações e revolta popular.

O saldo é trágico: 29 mortos, até o momento, centenas de feridos e prisões em massa. Relatos de repressão policial intensa, inclusive com armas de fogo, circularam nas redes e foram denunciados por organizações de direitos humanos.

Enquanto isso, o presidente João Lourenço mantém o silêncio público sobre os excessos cometidos pelas forças de segurança. A ausência de diálogo com a sociedade civil e a falta de respostas às demandas populares ampliaram a crise de governabilidade em pleno ano de sua presidência rotativa da União Africana.

Mas há outro silêncio que incomoda: o do Brasil.

Lula e Lourenço: afinidade política e parceria histórica

A relação entre o presidente Lula da Silva e João Lourenço, general nas forças armadas de Angola, vai além da diplomacia. Em agosto de 2023, Lula foi o primeiro chefe de Estado brasileiro a discursar no Parlamento angolano, sendo recebido com honras. Declarou que “Angola e Brasil são nações irmãs unidas pelo sangue e pela cultura” e reforçou a necessidade de cooperação Sul-Sul. O governo brasileiro também firmou acordos em áreas como educação, segurança pública, saúde e tecnologia.

João Lourenço, por sua vez, já qualificou Lula como um “amigo próximo e inspirador”, destacando sua luta sindical, sua origem popular e seu prestígio internacional.

João Lourenço não é formalmente considerado um ditador, mas seu governo tem sido acusado de práticas autoritárias, especialmente no controle da oposição, repressão a protestos e concentração de poder.

Alguma semelhança será mera coincidência.

Autor(a): BZN



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