Polícia

MPF denuncia empresário por fraude de R$ 10 milhões para compras de luxo, como jet ski e lancha

10 DEZ 2020

Foto: Imagem ilustrativa Pixabay/MPF

O Ministério Público Federal (MPF) no RN denunciou o empresário Fernando Ikeda por fraude na obtenção de financiamento público e desviar o dinheiro na compra de luxo, como apartamento, jet ski e lancha. Além delavagem de dinheiro. 

Segundo MPF, entre 2009 e 2011, ele “usou empresas de fachada, em nome de laranjas, para simular a aquisição de máquinas destinadas a suas indústrias localizadas em Natal (F. Ikeda Indústria de Alimentos Ltda.) e Fortaleza (Snacks do Brasil Indústria de Alimentos Ltda.)” e dos cerca de R$ 10 milhões obtidos foram usados para compras pessoais.

Foram dois financiamentos junto ao BNB (Banco do Nordeste) – utilizando recursos do Fundo Constitucional de Financiamento do Nordeste (FNE) –, um superior a R$ 4 milhões e outro de mais de R$ 5,8 milhões. 

Com o dinheiro, o empresário simulou a aquisição de máquinas para as empresas de fachada pertencentes ao seu grupo empresarial (LPI – Linha de Produção Industrial Máquinas Ltda. e Maquin – Máquinas Industriais Ltda.).

Diz o MPF:

- As duas não existiam de fato, foram constituídas pelo empresário e sua então esposa, que depois passaram a sociedade para o nome de empregados de Ikeda. Além da compra dos artigos de luxo, o réu também destinou R$ 1 milhão dos recursos para outra de suas empresas, a Multplix Construções Ltda.

Mais

- Os financiamentos, por consequência, também não foram quitados. Até agosto de 2018, a dívida com o banco público – somando juros e multas - já ultrapassava os R$ 16 milhões. Relatórios de fiscalização do BNB, de julho de 2010, não localizaram parte dos equipamentos e apontaram indícios de que outras máquinas apresentadas eram antigas, tendo sido reformadas, e não novas como previa o contrato junto ao FNE.

Luxo 

Ele comprou um apartamento no Edifício Portal da Enseada, beira-mar de Areia Preta, por R$ 680 mil - que vendeu em  2011 por R$ 950 mil - e “somente neste ano foi incluído em sua declaração de Imposto de Renda, como se tivesse sido comprado e vendido no mesmo exercício, para não chamar a atenção da Receita Federal”.

As embarcações custaram R$ 36 mil  (jet ski) e cerca de R$ 70 mil (lancha), passadas em 2012 para o nome da filha e da então namorada do empresário, posteriormente vendidas a terceiros. 

“Colocar as embarcações em nome da namorada e da filha foi a forma encontrada pelo empresário para dissimular a posse dos bens, quando começaram a surgir as suspeitas”, explica o MPF.

De acordo com o MPF, a ação penal já foi recebida pela Justiça Federal.

Autor(a): Eliana Lima



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