Por décadas, Nídia Mesquita foi sinônimo de elegância, firmeza e prestígio nas terras potiguares. Oriunda de família tradicional de Macaíba, a ex-pecuarista comandou com brilho a emblemática Fazenda Arvoredo, em São Gonçalo do Amarante, um verdadeiro palco de encontros sociais e políticos do Rio Grande do Norte.

Foi uma mais mais elegantes anfitriã do Rio Grande no Norte. Seus terraços na Fazenda Arvoredo já abrigaram conversas de peso: de Roberto Marinho a ministros da República, passando por governadores como Dinarte Mariz, Lavoisier Maia, Geraldo Melo e Aluízio Alves, lembra o irmão Valério Mesquita, escritor e conselheiro do TCE. Ali, entre frutas da estação e goles de Old Parr, Nídia comandava encontros que atravessavam ideologias em nome da convivência civilizada.

Mas os anos dourados ficaram no passado. Viúva desde 1979, mãe de quatro filhos, dois deles com deficiência, Nídia enfrentou escolhas difíceis. Vendeu a Arvoredo nos anos 2000 por milhões, mas, como alerta o velho dito “dinheiro não aguenta desaforo”. Cercada por más companhias e sem preparo para gerir o patrimônio, viu sua fortuna evaporar.

Li em Thiago Cavalcanti que Nídia, hoje aos 90 anos de idade e acometida pelo Alzheimer, vive discretamente na casa que restou-lhe, ao lado dos filhos Liana e José Alfredo, deficientes. A situação é delicada. O plano de saúde da família está atrasado e a única esperança tem sido a solidariedade. Sua filha Neuzinha Mesquita lançou uma rifa solidária para tentar levantar recursos.

Será rifada uma Cesta Gourmet Premium (vinho, queijos e castanhas), no valor de R$ 30, que pode ser pelo Pix: (84) 99622-8490. O sorteio ocorrerá quando todos os números forem vendidos.

Aqueles que um dia foram recebidos com cortesia e charme sob o brasão simbólico de Arvoredo agora têm a chance de retribuir. É tempo de cuidar de quem um dia cuidou de tantos. E como disse Valério, ela foi “altiva capitã dos mistérios circundantes”. Ainda é. E merece.

Autor(a): BZN