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Número de exames de diagnósticos do câncer de colo do útero cai no RN

23 MAR 2022

O próximo 26 de março é lembrado como o Dia Mundial da Prevenção do Câncer de Colo do Útero. Dados do Instituto Nacional de Câncer (Inca) indicam que esse tipo de tumor é o terceiro mais incidente entre mulheres no Brasil.

 

No Sistema de Informação do Câncer (SISCAN) foi identificado que, enquanto em 2019 foram realizados cerca de 6,5 milhões de exames citopatológicos - um dos solicitados segundo as diretrizes para diagnóstico do câncer de colo do útero - entre pessoas do sexo feminino de todas as idades no Brasil, em 2020 o número de solicitações caiu cerca de 43%.

 

No RN, comparando os dados de 2019 e 2021, observa-se uma queda de 16% na realização dos exames. Mas, comparando-se dados de 2020 e 2021, houve um crescimento na procura por exames de aproximadamente 60%. 


É imprescindível que essas mulheres retomem os preventivos para diminuir a prevalência de morte, que atualmente é de aproximadamente 39,5% dos casos.


O Inca estima que, anualmente, são diagnosticados 16.710 novos casos de câncer de colo do útero, com uma prevalência de morte em cerca de 39,5% dos casos, segundo dados mais atuais, de 2019. Com isso, a doença é a segunda causa de morte por tumores na população feminina, havendo mais óbitos somente entre diagnosticadas com câncer de mama. 


De 2008 a 2018, a taxa de mortalidade saltou 33%, resultando em uma vítima a cada 90 minutos, segundo dados do Ministério da Saúde.

 

Especialistas da Federação Brasileira das Associações de Ginecologia e Obstetrícia (Febrasgo) explicam que entre os obstáculos para o combate ao câncer de colo de útero no Brasil estão o elevado número de mulheres que não realizam exames preventivos periodicamente, a escassez de centros especializados no tratamento do câncer e a reduzida cobertura da vacinação contra o HPV.

 

A pandemia da covid também influenciou na baixa no número de diagnósticos, visto que muitas consultas precisaram ser canceladas ou reagendadas. 


Presidente da Febrasgo, o médico Agnaldo Lopes atenta:

 

- O SUS atende mais de 75% dos pacientes com câncer no país. Para além do diagnóstico, temos o desafio do início do tratamento. Antes da pandemia, o período entre o diagnóstico e o primeiro tratamento durava mais de 60 dias, em 58% dos casos. Hoje esse tempo de espera pode ser bem maior. Devido a fatores como esses, quase nove em cada dez óbitos por câncer do colo do útero, por exemplo, ocorrem em regiões menos desenvolvidas.

Autor(a): Eliana Lima



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