25 FEV 2025
Natal e o Condomínio Alphaville, em Parnamirim, acordaram nesta terça-feira (25) com agentes da Polícia Federal e da Receita Federal.
Foi a Operação Pleonexia, que mira em “uma organização criminosa especializada em crimes contra o sistema financeiro nacional e lavagem de dinheiro”, informa a PF.
São cumpridos um mandado de prisão preventiva e 18 de busca e apreensão em Natal (RN), Barueri (SP) e Goiânia (GO,), expedidos pela 14ª Vara Federal do RN. A ação envolve 52 policiais federais e 12 servidores da Receita.
De acordo com a PF, a empresa investigada, Alpha Energy Capital, que possui escritórios em Natal e Barueri, “promovia a captação de recursos de investidores sob a promessa de rendimentos muito acima dos praticados no mercado, supostamente obtidos por meio da comercialização de créditos de energia solar. O grupo atraía pessoas de diversas regiões do país, comprometendo-se a pagar um rendimento mensal entre 4% e 5% — o que se revelou insustentável e com fortes indícios de fraude”.
Lupas de investigações identificaram que a maior parte dos valores captados era desviada para a aquisição de imóveis, veículos de alto padrão, joias e outros itens de luxo pelos investigados, com movimentação que ultrapassa R$ 151 milhões, dinheiro proveniente de aproximadamente 6,3 mil pessoas, distribuídas em 732 municípios brasileiros.
Diante das evidências, a Justiça determinou o bloqueio e o sequestro de cerca de R$ 244 milhões em bens dos envolvidos para ressarcir potenciais vítimas e ao pagamento de multas e custas processuais.
A investigação ainda “constatou que o líder da organização criminosa, preso preventivamente hoje, já possui condenação por tráfico internacional de drogas e responde a processos por estelionato, crime contra a economia popular e lavagem de dinheiro, em razão de um golpe supostamente praticado em 2021, envolvendo a captação fraudulenta de recursos por meio de uma plataforma de apostas esportivas. Diante de seu passado criminoso, o investigado ocultou sua atuação na empresa, valendo-se de terceiros para divulgar nas mídias a falsa oportunidade de investimento e celebrar os contratos fraudulentos”, diz a PF.
Informa que no “portfólio dirigido aos potenciais investidores, a empresa divulgava a existência de onze usinas de energia solar, com capacidade de geração de 1.266.720 kWh/mês, no entanto, a investigação revelou a existência de apenas uma usina efetivamente conectada à rede da distribuidora de energia local, tendo gerado somente 28.325 kWh”.
Explica que, segundo a Aneel - Agência Nacional de Energia Elétrica, “a empresa investigada não é titular de nenhum empreendimento de geração de energia regular e não tem pedido de outorga em tramitação em seu nome. Pesquisa realizada perante a Câmara de Comercialização de Energia Elétrica (CCEE) apontou que a empresa não figura no rol de associados da entidade, condição para negociar energia elétrica no Ambiente de Contratação Livre, conforme as normas setoriais”.
Em tempo!
O termo “Pleonexia”, que nomeia a operação, tem origem grega e significa “ganância excessiva” ou “ambição desmedida”, evidenciando o objetivo do grupo de auferir vantagens financeiras ilícitas em prejuízo de milhares de investidores.
A PF disponibiliza esse link aqui para o registro de comunicação online dos crimes financeiros apurados na Operação Pleonexia, para identificar todas as vítimas, quantificar os valores investidos e os prejuízos sofridos para, ao final, definir o valor do dano a ser reparado.
Autor(a): BZN