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Operação Níquel: MPF denuncia PM e mais 11 por contrabando

07 FEV 2020

Foto: Reprodução/Redes sociais

O Ministério Público Federal (MPF) denunciou ontem (6) o tenente-coronel da PM potiguar André Luis Fernandes e mais 11 integrantes do que definiu como "organização criminosa (Orcrim) responsável pelo contrabando aquaviário de cigarros do Paraguai para diferentes regiões do país. Também estão entre os denunciados o policial militar reformado Sildaire Gregório da Silva ("Sid") e o cabo da PM/RN Aldenir Garcia Silva (conhecido como "Careca")".

O MPF explica que  o grupo agia em dois núcleos, com o primeiro atuando na operacionalização do "escoamento, escolta e guarda dos produtos contrabandeados", e o segundo nas "operações financeiras para ocultar a origem e destino dos recursos".

A investigação - que teve base em interceptações telefônicas, conversas em aplicativos de mensagens e planilhas financeiras – indicou que a "plena estabilidade, clara divisão de tarefas e busca de perenidade na atuação da organização criminosa, que se valia do emprego de armas de fogo, de atuação transnacional e da participação de servidores públicos."

O grupo movimentou mais de R$ 16 milhões, por intermédio de pessoas físicas e jurídicas, segundo o MPF, inclusive com o aluguel de um helicóptero para tentar  recuperar uma carga roubada em alto-mar, em 2017. A organização contava com pessoal armado no acompanhamento de cargas, a falta de fiscalização nas rodovias e eventual apoio das forças policiais para escoar os produtos para vários municípios, como as capitais Natal (RN), Fortaleza (CE) e São Paulo.

O tenente-coronel Fernandes, que foi preso pela Operação Níquel em janeiro e está preso no sistema penitenciário federal, "é o líder e comandante da organização criminosa armada, com total domínio financeiro e operacional das atividades", diz o MPF. 

A operação 

A organização passou a ser investigada a partir do compartilhamento de provas obtidas pelo Ministério Público do RN e pela Força Nacional, no âmbito das operações "Limpidare" e "Caronte", que apuram mais de uma centena de mortes violentas em Ceará-Mirim (RN).

Em janeiro, o grupo foi alvo de sete mandados de prisão preventiva e 16 de busca e apreensão cumpridos em Natal (RN), São Paulo e Abaetetuba (PA). Na ocasião, a PF apreendeu cigarros contrabandeados, armas de fogo, munições e elevada quantia em dinheiro.

Autor(a): Eliana Lima



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