10 ABR 2023
O cabo da Marinha Bruno Machado entrou na sala da Creche Cantinho Bom Pastor, sábado (8), no momento da entrevista coletiva concedida pela diretora, professores e funcionários.
Pediu licença à diretora Alconides Sena para falar, e foi concedida.
Pai de Bernardo, 5 anos, uma das crianças assassinadas no ataque sofrido na quarta-feira (5) por um homem doente de crueldade, ele chamou a atenção dos jornalistas diante de perguntas que levam sofrimento às famílias.
Informou que a esposa deixou o local porque passou mal com os detalhes sobre a ação assassina.
Pediu: “Parem de vender desgraça. Parem de sensacionalismo”.
Falou da indignação com a publicação de fotos das crianças que foram barbaramente assassinadas. Da exposição que fizerem sem algum momento pensar no sofrimento das famílias e dos profissionais da creche.
E dos detalhes publicados sobre a morte das crianças.
Lamentou que todo o trabalho que fez com a esposa para diminuir a dor pela morte do filho, a imprensa desfez. Disse que convenceu à mulher de que o filho recebeu a machadada na cabeça, morreu logo e não sentiu dor, não sofreu. E veio a notícia veiculada que a criança ainda estava viva e que se tentou estancar o sangue.
Considerou que todos da creche e os familiares foram “punidos pela praga do sistema. O sistema foi falho”. Ou seja, o conjunto das instituições econômicas, morais e políticas a que os indivíduos são submetidos.
Diz que o amor vai vencer, mas não da forma como se fala na política, “vendendo ideologias”, mas sim o “amor verdadeiro do nosso coração”.
Deu exemplo de perguntas que poderiam ser feitas na coletiva, relevantes para a sociedade: dia, hora da missa que será celebrada, se será aberta à população, para que possa encontrar uma forma de carinho a levar aos pais, professores e funcionários da creche.
Que sirva de lição!
Autor(a): Eliana Lima