18 SET 2024
Um grupo de parlamentares dos Estados Unidos enviou carta ao secretário de Estado Americano, Antony Blinken, expressando preocupação com as recentes ações do Supremo Tribunal Federal do Brasil, sob a liderança do ministro Alexandre de Moraes.
A carta, assinada por membros do Congresso e do Senado, acusa Moraes de agir como um “ditador totalitário” e de suprimir a liberdade de expressão, alertando para o impacto negativo dessas ações sobre a democracia brasileira.
Após listar pontos antidemocráticos, solicitam que seja negada qualquer aplicação de vistos dos EUA ou admissão ao país norte-americano, incluindo a revogação de quaisquer vistos existentes, para o ministro Alexandre de Moraes e os outros membros do STF “envolvidos nessas práticas antidemocráticas”. Consideram que “esse juízes ultrapassaram seus limites constitucionais e suas ações estão corroendo os próprios alicerces da governança democrática no Brasil. Defender a liberdade de expressão e os valores democráticos não é apenas uma questão de princípio, mas de garantir a estabilidade de longo prazo do Hemisfério Ocidental. Confiamos que os Estados Unidos permanecerão um defensor firme desses ideais”.
Os parlamentares criticam o que descrevem como uma série de medidas autoritárias e de censura promovidas por Moraes, especialmente contra indivíduos e grupos de viés político conservador. Destacam que o ministro teria usado o STF para sufocar a dissidência política e para silenciar críticas à Corte e ao governo. A carta aponta que Moraes ordenou o bloqueio de figuras políticas nas redes sociais, a imposição de ordens de silêncio contra veículos de mídia críticos e o congelamento das contas da empresa Starlink, de propriedade de Elon Musk, em um esforço para forçar o cumprimento de exigências legais não relacionadas à plataforma X (ex-Twitter).
Chamam a atenção que a “capacidade do tribunal de fechar uma plataforma global como a X não afeta apenas o cenário político no Brasil, mas também estabelece um precedente perigoso para outras nações da região”. Alertam que tais medidas podem levar o Brasil, a segunda maior democracia do Hemisfério Ocidental, a retroceder para o autoritarismo, minando os avanços democráticos conquistados desde o fim da ditadura militar em 1985.
A carta reflete o crescente desconforto internacional com o cenário político no Brasil, que vem sendo alvo de críticas por parte de governos e organizações de direitos humanos em relação ao tratamento de opositores políticos e à liberdade de imprensa. A resposta do governo dos EUA a essas preocupações pode influenciar as relações bilaterais entre os dois países nos próximos meses.
Autor(a): BZN