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Parlamento destitui eurodeputada grega presa por suposta corrupção ligada ao Catar

13 DEZ 2022

Foto: Parte do dinheiro apreendido

Ocorreu nesta terça-feira (13) mais um capítulo do ‘Catargate’, que começou na semana passada com a prisão da eurodeputada grega Eva Kaili - ex-apresentadora de televisão de 44 anos - durante operação de busca e apreensão por investigadores belgas em casas e escritórios de alguns eurodeputados e seus assistentes.


Pois bem


Hoje, o Parlamento Europeu destituiu Eva Kaili do cargo de vice-presidente do Legislativo do bloco europeu – o órgão tem no total 14 vice-presidentes. A eurodeputada segue detida e está no foco delo escândalo de corrupção supostamente ligado ao Catar, país-sede da Copa do Mundo de 2022.


Advogado da parlamentar, Michalis Dimitrakopoulos declarou que ela é inocente e que "não tem nada a ver com subornos do Catar", mas os eurodeputados aprovaram a sua destituição com 625 votos a favor, um contrário e duas abstenções, informa a Deutsche Welle, emissora internacional da Alemanha.


Amanhã (14), um juiz belga decidirá se mantém ou não de Kaili e outros três acusados sob custódia enquanto aguardam julgamento.


Presidente do Parlamento Europeu, a conservadora maltesa Roberta Metsola convocou a votação depois de acordo com os líderes dos grupos políticos do órgão, em meio a temores de que o escândalo se espalhasse.


Dinheiro em sacos 


Segundo o DW, promotores belgas relataram que 600 mil euros foram encontrados na casa de um suspeito; 150 mil euros no apartamento de um parlamentar e várias centenas de milhares de euros numa mala em um quarto de hotel. 


De acordo com uma fonte judicial do DW, alguns dos "sacos de dinheiro" foram encontrados na casa de Kaili, daí, “por ter sido aparentemente pega em flagrante, ela não estaria protegida pela imunidade parlamentar.

Uma outra fonte judicial belga relatou à agência de notícias AFP que os investigadores acreditam que pessoas que representam a monarquia do Catar subornaram políticos europeus para que disseminassem uma imagem positiva do emirado do Golfo Pérsico”.


Lembra que o Catar é importante fornecedor de energia para a Europa e “desempenha um relevante papel de intermediário em alguns temas diplomáticos, mas também tem sido criticado por supostos maus-tratos a trabalhadores migrantes, especialmente aqueles que trabalharam na construção dos estádios da Copa do Mundo de 2022”.


Em tempo


Pouco antes do início do Mundial, a parlamentar detida classificou o país-anfitrião como "vanguarda nos direitos trabalhistas", o que causou consternação de ativistas e de alguns de seus colegas no Parlamento Europeu, diz o DW. Ela também defendeu a tentativa do Catar de obter isenções de visto da UE para seus cidadãos.


O governo catarino declarou que "qualquer alegação de má conduta do Estado do Catar é uma grave desinformação".

Autor(a): Eliana Lima



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