Cultura

Partiu o querido menestrel: Juca Chaves

26 MAR 2023

Foto: Facebook

Desde criança que me encantei pela sorriso maroto que acompanhava as piadas apimentadas de Juca Chaves.


Quando eu não conseguia captar ao que se referia, não descansava até saber do que tratava-se.


Um dia o saudoso jornalista Geneton de Moraes Neto disse: “O Brasil perdeu, nas últimas décadas, peças que não tiveram reposição. Jamais terão. Figuras como Nélson Rodrigues, Glauber Rocha, Carlos Drummond de Andrade, Darcy Ribeiro, Paulo Francis. O molde se quebrou”.


Hoje ele colocaria Juca Chaves nessa lista. Sem dúvida.


Compositor, músico e humorista, Juca Chaves morreu na noite desse sábado (25), aos 84 anos.


Estava no Hospital São Rafael, em Salvador (BA). Será cremado neste domingo, no Cemitério Parque Bosque da Paz. 


O hospital informou que ele teve complicações respiratórias.


Carioca que escolheu os ares baianos para morar, Juca Chaves nasceu em 1938, e teve o nome de registro Jurandyr Czaczkes Chaves.


Iniciou a carreira na música no final da década de 1950. É autor da canção “Presidente bossa-nova”, que fazia referência ao presidente Juscelino Kubitschek. De trecho célebre: "Viu, Juscelino,

também vou pro Bananal..."


Do poetinha Vinícius de Moraes, recebeu o apelido de “Menestrel Maldito”, expressão que deu o título de um de seus trabalhos: “O Menestrel do Brasil”.


Representante dos estilos humor e modinha, foi crítico da ditadura militar. Seus shows no período do regime impactavam. Assim, exilou-se em Paris por dez anos. 


O auge da carreira foi nas décadas de 1960, 1970 e 1980. Lançou dezenas de discos e participava de programas de auditório na TV.


Deixa a esposa, Yara Chaves, e duas filhas, Maria Moreno e Maria Clara.


Segue em paz, adorável Menestrel.

Autor(a): Eliana Lima



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