Cultura

Patrimônio histórico do RN, o Solar Ferreiro Torto agoniza em Macaíba

11 JUL 2022

Foto: Prefeitura de Macaíba

Construção histórica no município de Macaíba, o Solar Ferreiro Torto foi palco de glamour, massacres, recebeu ilustres personagens da era colonial e há muito é vítima do descaso.

Há rastros de cupim nas portas, o piso superior é de madeira e representa uma séria ameaça de ceder, como também boa parte da pouca mobília restante está dominada pelo desgaste. Os banheiros e o acervo de fotos também estão comprometidos. Triste realidade do patrimônio histórico potiguar entregue nas mãos de órgãos públicos, que deixam a desejar no zelo de bem tão precioso.

E na manhã desta segunda-feira (11), o cenário está desolador. Esculturas quebradas, água por todo lado, móveis sem manutenção. Um horror.

Na edição de novembro de 2014 da Revista Bzzz fizemos uma matéria sobre a história do lindo sobrado, fincado no meio da mata atlântica entre árvores centenárias e manguezais, testemunhou massacres, ascensão e decadência na época do Brasil colônia e império. 

Sua história começou no ano de 1614, quando o português Francisco Rodrigues Coelho recebeu por meio do sistema de sesmarias as terras onde hoje fica localizado o Solar Ferreiro Torto, sem imaginar que o local entraria para a história do RN. Nas terras, o capitão construiu o segundo engenho de cana-de-açúcar da capitania do Rio Grande do Norte, conhecido como Engenho Potengi, onde se produzia rapadura e derivados da cana. Porém, o negócio não durou muito tempo porque as terras de mangue eram pouco produtivas para o cultivo da cana-de-açúcar.

Em 1634, durante a ocupação holandesa na então Capitania do Rio Grande, o engenho foi palco do primeiro massacre de colonos que viria a acontecer no RN. Os holandeses, ajudados pela tribo dos Janduís, atacaram o território e vitimaram o capitão Francisco Coelho, sua família e cerca de 60 outras pessoas, entre escravos e refugiados. 

Lavaram as terras com um banho de sangue. Após a chacina no Engenho Potengi, no mesmo ano, seguiu-se o terrível massacre de Cunhaú e Uruaçú. As terras do engenho permaneceram desabitadas por cerca de 100 anos, até serem ocupadas pelo quartel do Terço dos Paulistas, cujos milicianos vieram combater os índios que resistiam ao domínio português na chamada “Guerra do Gentio Tapuia”.

Acesse aqui para ler toda a história.









Autor(a): Eliana Lima



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