Economia

Pesquisa indica que mais de 35% dos brasileiros se endividaram devido a redução da renda familiar

12 JUN 2020

Foto: Marco Pajola/EBC

Levantamento feito pela Mobills, startup de gestão de finanças pessoais, em maio, registrou alto número de pessoas endividadas. 

Lembrar que o distanciamento social começou no mês de março no Brasil, provocando nível recorde de efeitos na economia do país e nas finanças dos brasileiros. 

De acordo com a pesquisa, que ouviu 1.215 usuários do aplicativo, 40,2% declararam que já tinham dívidas em atraso antes da pandemia do novo coronavírus e 12,7% adquiriram dívidas entre março e abril deste ano em decorrência da crise na economia.

Os principais motivos que levaram à crise foram a diminuição da renda familiar (35,5%) e a falta de controle dos gastos (34,5%). 

A startup também perguntou aos usuários se pretendiam negociar as contas em atraso, 30,7% disseram que sim, enquanto 38,3% já tomaram a atitude de renegociar as dívidas.

Zelo com o bolso

CEO e fundador da startup, Carlos Terceiro aconselha:

- Quem tem uma reserva de emergência, provavelmente terá que recorrer ao uso dessa verba. Mas mesmo quem não tem e nunca se preocupou em planejar o orçamento deve aproveitar o momento para fazer isso. Com organização e tomando algumas atitudes, é possível diminuir os prejuízos financeiros da pandemia.

Indica:

- Baseado na renda, é necessário analisar as despesas e gastos para entender quais poderão ser reduzidos. Alguns gastos como saídas para lazer não ocorrerão neste período, porém, os gastos fixos, como água, energia e gás, tendem a aumentar no período. Por isso, é importante balancear as contas para que as finanças não fujam totalmente do controle.

Renegociação

CEO da QuiteJá, plataforma digital de renegociação de dívidas, Luiz Henrique Garcia sugere:

- Neste momento, podem surgir inúmeras dúvidas sobre como lidar com as finanças. A insegurança é ainda maior para aqueles que têm empregos informais. É fundamental analisar cada detalhe na hora. O ideal é fazer uma economia de recursos para tentar efetuar a compra pagando a vista. Se não tiver jeito, negociar uma entrada do valor para abater o restante dentro do seu orçamento, evitando assim ficar no vermelho.

Finaliza:

- Dívidas como cheque especial, carnê de loja, empréstimo pessoal, prestação de carro e seguro e cartão de crédito, seguem sendo a dor de cabeça da população em geral. Devido a isso, muita gente tem procurado organizar as finanças. Na QuiteJá registramos aumento de demanda de 35%. Estamos nos aproximando de 2 milhões de boletos pagos mesmo vivendo essa pandemia. Ou seja, a população ficou mais crítica quanto a efetuar qualquer tipo de compra sem analisar o cenário.

Autor(a): Eliana Lima



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