A Polícia Federal (PF), em conjunto com a Controladoria-Geral da União (CGU), deflagrou nessa quarta-feira (10) a Operação Antracito, que apura suspeitas de peculato, associação criminosa e lavagem de capitais em contratos da área da saúde no Rio de Janeiro.

Segundo a investigação, uma organização social que administra serviços do Sistema Único de Saúde (SUS) em diferentes municípios do estado teria desviado recursos destinados a hospitais e unidades de atendimento. Os contratos, firmados entre 2022 e 2024, somam R$ 1,6 bilhão, dos quais R$ 91 milhões são verbas federais.

Agentes da PF cumpriram 16 mandados de busca e apreensão em residências e sedes de empresas nas cidades do Rio de Janeiro, Niterói, São Gonçalo, Saquarema, Rio Bonito, Santa Maria Madalena e Cachoeiras de Macacu.

O delegado federal Adriano Espindula Soares, chefe da PF em Macaé, explicou que empresas recém-criadas foram contratadas pela organização social, sem comprovação de serviços prestados. “A investigação verificou que valores que seriam, em tese, destinados à área de saúde foram aplicadas em despesas diversas, como consultorias e serviços jurídicos de pessoas também ligadas à organização social”, afirmou.

Auditorias do Tribunal de Contas do Estado (TCE-RJ) e da CGU já haviam apontado indícios de irregularidades graves, incluindo contratações direcionadas, ausência de seleção objetiva e falta de comprovação dos serviços prestados.

Autor(a): BZN