Mundo

Premiê de Portugal homenageia a acadêmica brasileira Nélida Piñon, que morreu em Lisboa

18 DEZ 2022

Foto: Twitter António Costa

Do primeiro-ministro português António Costa, em homenagem à Nélida Piñon, que morreu nesse sábado (17) em Lisboa, capital portuguesa, aos 85 anos:

- A literatura brasileira perdeu hoje uma das suas grandes escritoras. Primeira mulher a presidir à centenária Academia Brasileira de Letras, Nélida Piñon era uma apaixonada pela língua portuguesa. Os meus sentimentos aos seus familiares e amigos.


Imortal


Nélida Piñon foi a primeira mulher a presidir a Academia Brasileira de Letras, no biênio 1996/1997.


Ocupou a cadeira de número 30, para a qual foi eleita em 27 de julho de 1989


Segundo a ABL, a causa do óbito ainda não foi informada. 


O corpo será transladado ao Brasil, ainda sem data para ocorrer, e o velório ocorrerá na sede da entidade, no Rio de Janeiro, cidade onde a acadêmica nasceu. 


No dia 2 de Márcio, a ABL fará uma Sessão da Saudade, no Salão Nobre, em homenagem à autora.


Da ABL


- Nélida Piñon estreou na literatura com o romance Guia-mapa, de Gabriel Arcanjo, publicado em 1961, que tem como temas o pecado, o perdão e a relação dos mortais com Deus. 


No romance A república dos sonhos, baseado em uma família de imigrantes galegos no Brasil, ela faz reflexões sobre a Galícia, a Espanha e o Brasil. Sua obra já foi traduzida em inúmeros países, tendo recebido vários prêmios ao longo de mais de 35 anos de atividade literária. 


Ganhou diversos prêmios, como o Pen Clube de Literatura por sua mais recente obra, Um Dia Chegarei a Sagres, lançada no final de 2020.


Nélida Piñon é a quinta ocupante da Cadeira 30, tendo sido eleita em 27 de julho de 1989, na sucessão de Aurélio Buarque de Holanda, e foi recebida em 3 de maio de 1990 pelo Acadêmico Lêdo Ivo. Em 1996-1997, tornou-se a primeira mulher, em 100 anos, a presidir a Academia Brasileira de Letras, no ano do seu I Centenário. 


Formou-se em Jornalismo em 1956 na Pontifícia Universidade Católica do Rio de Janeiro (PUC-Rio). Colaborou em vários jornais e revistas literários e foi correspondente no Brasil da revista Mundo Nuevo, de Paris, e editora assistente de Cadernos Brasileiros. 


Nélida publicou seu primeiro romance em 1961, “Guia mapa de Gabriel Arcanjo”. O início dos anos 70 é marcado pelo lançamento, em 1972, de um de seus melhores e mais conhecidos romances, “A casa da paixão”, que recebeu o Prêmio Mário de Andrade.


Autora de mais de 20 livros, entre romances, contos, crônicas e infantojuvenis, sua obra já foi traduzida em inúmeros países, tendo recebido vários prêmios nacionais e internacionais. 


Entre os prêmios ganhos, destacam-se o Prêmio Internacional Juan Rulfo de Literatura Latino-Americana e do Caribe, em 1995 (pela primeira vez para uma mulher e para um autor de língua portuguesa); o Bienal Nestlé, categoria romance, pelo conjunto da obra, em 1991; e o da APCA e o Prêmio Ficção Pen Clube, ambos em 1985, pelo romance “A república dos sonhos”.



Foto: ABL

Autor(a): Eliana Lima



últimas notícias