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Produtores de mel de Nísia Floresta obtêm selo para ampliar vendas no RN

02 FEV 2024

Foto: Agência Sebrae

Após décadas de pleito, os apicultores do município de Nísia Floresta, localizado na Região Metropolitana de Natal, finalmente estão liberados a comercializar livremente a produção de mel por todo o estado. Com o apoio do Sebrae no Rio Grande do Norte, a Cooperativa Potiguar de Produção Agropecuária (Coopa) conquistou, no fim de janeiro, o selo de certificação do Instituto de Defesa e Inspeção Agropecuária do estado (Idiarn) para o transporte, distribuição e comercialização dos produtos em todo o território potiguar. Para os produtores, a liberação representa a resolução de alguns dos entraves enfrentados pelo setor nessa área produtiva, a ampliação do mercado consumidor e do preço base do produto.

“Com esse selo, o apicultor passa a ter para onde escoar o mel de maneira formal em todo o estado, diminuindo sensivelmente um dos principais gargalos, que era a venda do produto”. Agora, podemos distribuir o nosso mel em todo o estado”, comemora o presidente da Coopa, José Miranda, também conhecido como Zezinho.

De acordo com o presidente, a falta dessa autorização vinha provocando uma desaceleração da atividade na região, assim como ocorre com associações e grupos de apicultores de outros municípios potiguares que não detêm o selo do Idiarn. Devido às dificuldades para a venda, muitos apicultores acabavam abandonando a atividade, o que impactou diretamente a produção de mel no município em função da redução do número de apiários e consequentemente das colméias.

Segundo Zezinho Miranda, a cooperativa tem capacidade de processar cerca de 15 toneladas de mel por ano, volume que agora pode ser atingido com esse registro estadual. “Alguns que se apaixonaram pela atividade foram abandonando por conta da dificuldade de venda do produto, então diminuíram suas colmeias. A chegada do registro vai dar força para aumentar essa produção. Vai estimular a aquisição de mais colmeias e, por consequência, a produção vai dobrar, sem sombra de dúvidas”.

Sem a certificação, a alternativa para expandir o escoamento da produção de mel e outros produtos apícolas além dos limites de Nísia Floresta, acabava sendo a comercialização informal, que fazia o preço despencar. Um quadro que agora deve ficar no passado. “Para que isso se tornasse uma realidade, contamos com parceiros importantes, como o Sebrae e o Senar, além de outros”, cita Zezinho Miranda.

O grupo tem sido atendido pelas ações do Projeto Territórios – Setorial Apicultura do Sebrae-RN há três anos. Além de acompanhamento, orientações e capacitações técnicas, o grupo recebeu ainda consultorias especializadas de forma individualizada. Segundo a gestora do projeto, Honorina Eugênia, a atuação das equipes de técnicos e consultores do Sebrae envolveu desde orientações até cursos sobre boas práticas no processo de fabricação, envase e embalagens do mel, uso e disposição dos equipamentos dentro da casa de mel, além de capacitação dos profissionais que atuam no entreposto. Essas adequações na estrutura e qualificação de pessoal estão entre as principais exigências para liberação do registro pelo Idiarn.

“Os certificados desses cursos de boas práticas na fabricação de mel, ministrados pelo Sebrae, serviram como documentos comprobatórios no processo de obtenção do selo da inspeção agropecuária. Uma exigência essencial quando se trata de alimentos para consumo humano”, explica Honorina Eugênia. 

O grupo também recebeu conhecimento prático para manejo correto das colmeias no apiário, como também para manipulação segura do mel, desde a retirada do mel nos favos até o envase e expedição dos produtos. Ao todo, foram cerca de 80 horas de capacitação especificamente com esse foco nas boas práticas.

“As ações realizadas visam a qualificação dos produtores, não somente para o obtenção do registro, mas sobretudo para uma apicultura de alta produtividade e alto poder de comercialização dos produtos fabricados. Com esse certificado do Idiarn, esses apicultores de Nísia Floresta vão ter permissão para comercializar o mel com o rótulo próprio e de forma legalizada para qualquer município do estado e distribuir para estabelecimentos como supermercados e mercadinhos. Outra vantagem é a possibilidade participar de compras públicas para o fornecimento do mel para a merenda das escolas públicas de qualquer cidade do estado”, destaca a gestora.

Autor(a): BZN
Fonte: Agência Sebrae de Notícias



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