Política

Professora Fátima e o “teje” no tombamento do primeiro cinema de filme pornô em Natal

24 FEV 2025

A governadora-professora Fátima Bezerra (PT) foi ao antigo Cine Panorama, no bairro das Rocas, para assinar o decreto de tombamento e desapropriação do imóvel, nesta segunda-feira (24). Projeto que vai custar cerca de R$ 1 milhão.

O “teje” de uma professora que machuca a língua portuguesa e é a cara da cultura militante petista.

Pois bem!

O Cine Panorama ficou conhecido a partir da década de 70 por exibir produção de pornochanchada e os primeiros filmes comerciais famosos de sexo explicito, como “Garganta Profunda”, com direito a cartazes apelativos na sua fachada.

Com o advento de salas de cinema em shoppings, o Panorama fechou e, depois, foi sede de uma unidade da Missão Evangélica Pentecostal do Brasil (MEPB), por cerca de 20 anos. Desde 2023 existia uma placa de aluga-se no imóvel. Resta saber como está a estrutura do teto, por exemplo. 

O cine foi construção de autoria do senador Luiz de Barros, inaugurado no dia 29 de janeiro de 1967, com o “007 contra o Satânico Dr No”, do cineasta inglês Terence Young. A ideia inicial era exibição de filmes do velho oeste americano. Mas.

O Panorama não faz parte do início da história do cinema em Natal, e nem tem prédio histórico. O primeiro cinema da capital foi o Polytheama, inaugurado em 1911. Antes, as projeções cinematográficas eram de forma itinerante, em locais improvisados. Com o avanço da cultura cinematográfica na cidade, outros cinemas surgiram ao longo das décadas, como o Cine Rio Grande, Cine Rex, Cine São Luiz e Cine Nordeste, consolidando o cinema como uma importante forma de entretenimento para a população natalense.

O bairro do Alecrim, que teve importante papel no processo de urbanização e modernização da cidade, inclusive no meio cultural, contou com a maior parte dos cinemas da cidade durante o século XX. Foram exibidos no Alecrim O Triunfo Dela, filme mudo de 1915, com a atriz francesa Gaby Deslys, e A Moralidade de Marcus, que levou às telas do cinema mudo uma peça que fazia sucesso na Broadway, com Marie Doro sendo a atriz principal.

Nos anos 1920, o Cine Polytheama exibia os filmes vindos Rio de Janeiro, que eram importados pelas companhias norte-americanas que montaram sucursal na então capital da República. Na porta do cinema, engraxates deixavam reluzentes os sapatos dos jovens e adultos, para entrarem no cinema brilhando para moças da cidade. 

Contou o saudoso jornalista Alderico Leandro: “No salão, escuro com as cortinas fechadas, um piano se ouvia, tocando uma valsa e, se a plateia exigia, surgia um fox, um charleston ou um begin. Havia de tudo para cativar os que estavam presentes. As senhoras, emplumadas e com seus vestidos de tafetá, meias de seda e sapatos de salto altos e uma correia passando no peito do pé, usavam o leque para se abanar e para dar o charme da elegância as outras senhoras que também faziam o mesmo gosto. Para os homens, todas aquelas atitudes os deixavam cheios de brio. Não se fazia fé nas plenas atitudes de cada um dos casais com os seus filhos queridos, ali, muito sóbrios até a sessão de cinema começar”.

 

Autor(a): BZN



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