09 JUN 2020
A Sesap (Secretaria de Estado da Saúde Pública) alerta que é crítico o estoque de soro antiofídico, devido a crise de abastecimento de soros antivenenos, utilizados para tratar picadas de serpentes e outros animais peçonhentos. Diz que afeta todo o país.
"Os soros antivenenos são fornecidos unicamente pelo Ministério da Saúde (MS), que desde 2013 vem enviando um número de soros menor do que o solicitado pelos estados", diz, diante de adequações submetidas pela Anvisa aos laboratórios produtores.
Segundo Luana Oliveira, técnica responsável pelo controle dos soros do Programa de Vigilância de Acidentes por Animais Peçonhentos da Sesap, "o estoque de soro antibotrópico (contra jararaca) está muito reduzido, tornando-se insuficiente para atender a demanda crescente dos acidentes. Na rede hospitalar de referência para esses atendimentos no RN, dispomos apenas do quantitativo para atender dois acidentes graves".
A perspectiva é de que novo pedido chegue no RN nesta quarta-feira (10), informa.
Para efetivar o controle dos soros durante essa crise de abastecimento, a Sesap centralizou estrategicamente os hospitais que ofertam soros antivenenos. Em 2013, reduziu-se de 19 unidades hospitalares para seis. Diante da nova crise vivenciada em 2019, reduziu-se para quatro unidades hospitalares: Hospital Giselda Trigueiro (Natal), Hospital Tarcísio Maia (Mossoró), Hospital Regional do Seridó (Caicó), Hospital Dr. Cleodon Carlos de Andrade (Pau dos Ferros).
Alerta
Luana chama a atenção de dados epidemiológicos apontam para a proximidade do período em que se evidencia aumento no número de acidentes com serpentes.
Assim, considera imprescindível que ações educativas sejam intensificadas pelas equipes de vigilância epidemiológica de cada município para orientar a população sobre as medidas de prevenção contra picadas.
Prevenção
Das recomendações do MS para cuidados de prevenção de acidentes com serpentes:
- Usar sapatos fechados de cano alto ou perneiras ao caminhar na mata ou entre folhas secas, ter muita atenção e usar luvas de couro ao manejar locais onde as serpentes possam estar presentes, como matas, tocas, troncos e lenhas de árvores, no amanhecer e no entardecer, evitar aproximar-se de vegetação muito próxima ao chão, gramados ou até mesmo jardins, pois é nesse momento que serpentes estão em maior atividade, não colocar as mãos desprotegidas em buraco e cupinzeiros, folhas secas, monte de lixo, lenha e palhas, evitar acúmulo de lixo ou entulhos que possam atrair ratos ou outros pequenos animais, um dos principais alimentos das serpentes. Trabalhadores rurais devem fazer uso de equipamentos de proteção individual (EPI).
Em caso de acidente, deve-se lavar o local da picada apenas com água e sabão, procurar o serviço de saúde mais próximo, se capturar o animal, levá-lo junto para ser identificado, o que ajudará no tratamento, com o uso do soro específico para cada tipo de envenenamento ou informar ao médico o máximo possível de características do animal, como: fotos, tipo do animal, cor, tamanho. Além disso, não se deve amarrar o braço ou perna picada, fazer prática de torniquetes ou garrotes, perfurar o local da picada nem utilizar materiais como pó de café, folhas, álcool, querosene, ou outros contaminantes, nem chupar o local da picada.
Autor(a): Eliana Lima