16 JUN 2025
A mais recente edição do Censo Imobiliário, realizada pela Brain – Inteligência Estratégica, encomendada pelo Sindicato da Indústria da Construção Civil (Sinduscon/RN) em parceria com Serviço de Apoio às Micro e Pequenas Empresas (Sebrae/RN), foi apresentada à diretoria e aos associados do Sinduscon/RN. O estudo destaca um cenário de ajustes e oportunidades, especialmente nos segmentos de padrão econômico e médio padrão.
Além de Parnamirim, desta vez a pesquisa abrangeu mais cidades da região metropolitana, como São Gonçalo do Amarante, Macaíba e Extremoz, trazendo um panorama da região e de suas potencialidades no setor da construção civil.
Para Marcelo Toscano, diretor de Operações do Sebrae/RN, a decisão de ampliar o estudo para além da capital foi motivada, principalmente, pelo fato de boa parte dos projetos do Programa Minha Casa, Minha Vida (MCMV) estar concentrada justamente nesses municípios. Com isso, a pesquisa passa a ter uma leitura mais fiel da dinâmica habitacional da Grande Natal. “Ao oferecer informações mais abrangentes e atualizadas, contribuímos diretamente para que os empreendedores possam tomar decisões com mais segurança, identificar oportunidades reais de negócio e planejar empreendimentos de forma mais eficiente e conectada com as demandas da população”, pontua Toscano.
Natal e região metropolitana
Com base nos dados apresentados, embora Natal registre uma redução nos indicadores neste trimestre, essa desaceleração é atribuída principalmente ao fato de que os últimos períodos já haviam mostrado um crescimento muito sólido. Essa referência elevada serve como um ponto de maturação para o setor, sinalizando um ajuste que pode refletir maior estabilidade ao longo dos próximos meses. Já com relação a região metropolitana, se identifica um crescimento impressionante de mais de 200% nas unidades lançadas, evidenciando uma descentralização do desenvolvimento imobiliário.
Na capital potiguar, o padrão médio continua sendo o principal motor do mercado, enquanto o MCMV tem maior presença nos municípios do entorno, como Parnamirim e Macaíba. Esse movimento destaca o avanço da urbanização e a crescente demanda por moradias com preços acessíveis fora do núcleo urbano central.
Nordeste
Mesmo com uma leve retração de 11,4% nas unidades lançadas nas capitais do Nordeste, em comparação com o mesmo período de 2024, o número de unidades vendidas teve um crescimento expressivo de 25,3%. O resultado indica uma recuperação do poder de compra da população, impulsionada por um mercado de trabalho mais aquecido e por condições de crédito mais favoráveis.
O programa “Minha Casa, Minha Vida” manteve seu ritmo de crescimento na região, tanto em lançamentos quanto em vendas. Juntamente com o segmento Standard (com imóveis de até R$ 700 mil), o MCMV respondeu por 57% das vendas no trimestre — um indicativo claro da forte demanda por moradias com valores mais acessíveis.
Em relação aos preços, Natal segue como uma das capitais com menor valor médio por metro quadrado privativo no Nordeste, ocupando a terceira posição nesse ranking com o valor de R$ 8238,00 m², ficando atrás apenas de Aracaju (R$ 6438,00 m²) e Teresina (R$ 6616,00 m²).
Perspectivas
Com os indicadores de vendas em alta e o fortalecimento dos segmentos econômico e de médio padrão, as perspectivas para os próximos trimestres permanecem positivas. O desafio continua sendo equilibrar o ritmo dos lançamentos com a velocidade de vendas e a absorção do estoque disponível, garantindo a manutenção da atratividade para investidores e compradores.
A pesquisa reforça a relevância de políticas de estímulo ao crédito, programas habitacionais e um planejamento urbano regional eficiente como pilares para sustentar essa nova fase de crescimento do mercado imobiliário no Nordeste.
Segundo Sérgio Azevedo, presidente do Sinduscon/RN, a pesquisa oferece dados essenciais para apoiar os associados na tomada de decisões estratégicas. “Com informações qualificadas e atualizadas, conseguimos orientar melhor nossos associados, ajudando-os a identificar oportunidades e superar desafios, além de estimular o crescimento equilibrado e sustentável do setor, contribuindo diretamente para a geração de emprego e renda.”
Autor(a): BZN