24 MAR 2021
Eis a nota emitida pela direção da Assinp:
A ASSINP – Associação dos Institutos de Pesquisa do Rio Grande do
Norte, que tem em seu quadro de sócios os maiores Institutos de Pesquisa do Estado, ante noticiários locais que atestam que o Governo do Estado do Rio Grande do Norte firmou contrato para execução de pesquisas junto a um Instituto do estado do Piauí, com dispensa de licitação e com valores próximos a dois milhões de reais, vem a público externar sua surpresa com esta contratação, narrar e indagar ao Governo do Estado do Rio Grande do Norte o que segue:
- Primeiramente cabe ressaltar que reconhecemos a importância da referida pesquisa, sendo necessário para o planejamento e estudo do combate ao Covid-19 em nosso estado.
- Indagamos o motivo de nenhum dos Instituto filiados à ASSINP – Associação dos Institutos de Pesquisa do Rio Grande do Norte terem sido consultados sobre o interesse em participar da referida pesquisa, em que pese existirem Institutos em nossos quadros com mais de 25 anos de experiência, com serviços prestados em diversos estados, estando todos aptos a realizar tal trabalho.
Nesta oportunidade registramos nosso protesto pelo fato de em um quadro de crise econômica que o estado vivencia, sequer termos sido consultados para um serviço desta magnitude, esperando que nos próximos serviços o Governo do Estado do Rio Grande do Norte se lembre das empresas do seu próprio estado.
Natal, 24 de março de 2021.
Atenciosamente,
Diretoria da ASSINP – Associação dos Institutos de Pesquisa do Rio
Grande do Norte
Nota da Sesap:
- A realização do inquérito sorológico no Rio Grande do Norte segue um padrão de trabalho no enfrentamento à pandemia. O trabalho serve para identificar a quantidade de pessoas infectadas pelo coronavírus no estado e mostrar o comportamento da pandemia em todas as regiões do estado, norteando as ações de vigilância epidemiológica feitas pela Secretaria de Estado da Saúde Pública (Sesap) em parcerias com os municípios. Diversos estados fizeram pesquisas semelhantes ao longo de 2020 e 2021, como São Paulo, Espírito Santo, Maranhão e Paraíba, alguns locais destes fazendo mais de uma pesquisa ao longo dos meses.
A pesquisa foi finalizada e apresentada ao público no dia 12 de março de 2021 e mostrou dados que, entre outros pontos, reforçam a importância do distanciamento social. Segundo a pesquisa com mais de 20 mil potiguares, a prevalência do vírus entre os que não adotaram o distanciamento social é significativamente maior (12,7%) em comparação com os que adotaram total ou parcialmente (7,2%).
O processo de planejamento do inquérito sorológico do RN foi iniciado pela Secretaria de Estado da Saúde Pública (Sesap), em parceria com a Universidade Federal do Rio Grande do Norte, no mês de julho de 2020, como pode ser consultado no processo SEI n° 00610682.000050/2020-48. A contratação do Instituto Piauiense de Opinião Pública foi feita dentro da previsão legal disposta na lei n° 13.929/2020, no decreto estadual n° 29.513/2020 e a Lei de Licitações (n° 8666/1993)
Os resultados da pesquisa, realizada ao longo de todo o mês de janeiro em oito municípios potiguares, foi apresentada em coletiva de imprensa realizada no dia 12 de março de 2021. As projeções populacionais feitas pelo estudo apontam que 230 mil pessoas no Rio Grande do Norte já tiveram contato com o coronavírus.
Foram analisados oito municípios com sede de regionais de saúde no Estado: Pau dos Ferros, Mossoró, Assú, Natal, João Câmara, São José do Mipibu, Santa Cruz e Caicó. No total, 20.234 pessoas no estado foram entrevistadas e examinadas com testes rápidos. Foram contratados 160 pesquisadores que atuaram em campo.
Os resultados apontaram que 6,5% da população investigada apresentou anticorpos para a Covid-19. As maiores prevalências foram em Caicó (12,3%) e Pau dos Ferros (12,7%) e a menor em São José de Mipibu (5,3%).
As maiores prevalências aparecem nos grupos etários acima de 45 anos. Com relação ao sexo, as prevalências são praticamente iguais. Em relação à raça/cor autorreferida, a prevalência é maior em negros (6,9%) em comparação com brancos (5,6%).
Confira as publicações no DOE sobre o assunto:
http://diariooficial.rn.gov.br/dei/dorn3/docview.aspx?id_jor=00000001&data=20201117&id_doc=703266
http://diariooficial.rn.gov.br/dei/dorn3/docview.aspx?id_jor=00000001&data=20201209&id_doc=705941
http://diariooficial.rn.gov.br/dei/dorn3/docview.aspx?id_jor=00000001&data=20210225&id_doc=714182
Autor(a): Eliana Lima