30 JUN 2025
A revista britânica The Economist publicou nesse domingo (29) artigo crítico sobre o presidente Lula da Silva (PT), destacando a perda de influência do Brasil no cenário internacional e a crescente impopularidade do líder em seu próprio país.
Segundo a publicação, embora Lula tenha sido responsável por colocar o Brasil em evidência no passado, ele não conseguiu se adaptar a um mundo que mudou rapidamente. Um exemplo claro, segundo a revista, foi a reação do governo brasileiro aos recentes ataques dos Estados Unidos a instalações nucleares iranianas. Enquanto a maioria das democracias ocidentais manifestou apoio ou ao menos preocupação, o Itamaraty divulgou uma nota condenando veementemente os bombardeios, o que isolou ainda mais o Brasil.
A The Economist ressalta que essa postura reflete a atual dificuldade do Brasil de manter uma política externa coerente. Como presidente do Brics - grupo que reúne economias emergentes e que conta com a China, Rússia, África do Sul e Irã entre seus membros - Lula tem buscado alinhar o país com regimes mais autoritários e adversários do Ocidente, o que afasta o Brasil das democracias tradicionais. A revista cita especialistas que afirmam que o Brasil cada vez mais parece hostil ao Ocidente e que a influência chinesa sobre os Brics dificulta o discurso brasileiro de neutralidade.
Apesar de algumas tentativas pragmáticas, como a aproximação comercial com a Europa e o Japão, o artigo observa que Lula tem feito gestos grandiosos sem a devida base prática, como sua participação isolada nas celebrações em Moscou e a proposta frustrada para que o Brasil medie a guerra na Ucrânia. A revista critica também a falta de diálogo do presidente com líderes vizinhos da América Latina e sua complacência com regimes autoritários na região.
No plano doméstico, a The Economist destaca o desgaste político de Lula. Apesar do sucesso dos seus dois primeiros mandatos, o presidente enfrenta hoje uma popularidade reduzida, com índices de aprovação pessoal perto de 40% e apenas 28% aprovando seu governo. O artigo associa essa queda à percepção de corrupção ligada ao PT, ao crescimento da direita e à transformação econômica do país.
O texto enfatiza que o Congresso brasileiro deu um duro golpe no governo ao rejeitar um decreto presidencial que instituía novos impostos, algo inédito em mais de três décadas, deixando menos margem para gastos em um ano eleitoral.
Por fim, a revista britânica aponta o avanço da direita no Brasil, alinhada ao movimento MAGA de Donald Trump e ao ex-presidente Jair Bolsonaro, que enfrenta investigações criminais e pode ser preso em breve. Lula, segundo a The Economist, deveria deixar de lado pretensões de peso internacional e focar nos desafios internos do país.
Autor(a): BZN
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