Saúde

Tratamento especializado para escoliose ajuda no realinhamento postural em crianças e adolescentes

20 JUN 2022

Foto: SKA

Junho é mês de conscientização sobre a escoliose, uma alteração postural tridimensional da coluna que afeta principalmente crianças e adolescentes, podendo causar danos físicos, como má-postura; e, em alguns casos, emocionais, comprometendo a autoestima e socialização. 

A prática de exercícios específicos de fisioterapia para a escoliose tem demonstrado bons resultados, proporcionando ao paciente um novo aprendizado sobre postura. 

O componente tridimensional característico desse tipo de problema reúne basicamente um desvio lateral da coluna, rotação das vértebras e achatamento das curvaturas fisiológicas da coluna, a cifose torácica e a lordose lombar. 

O desvio só é caracterizado como escoliose quando ultrapassa os 10º. “O tipo mais comum é a escoliose idiopática, que atinge crianças e adolescentes, principalmente meninas, e costuma se desenvolver nas fases em que o crescimento é mais acelerado. Esse fato ocorre geralmente antes dos 3 anos de idade e durante a fase de estirão na adolescência”, explica a  Débora Sousa, fisioterapeuta do Centro Vitta, referência em diagnóstico, tratamento e manejo da dor, com equipe multidisciplinar especialista em escoliose, ambientes e tecnologias adequados para o tratamento dessa condição.

Atenção

O olhar mais criterioso, ou até despretensioso dos pais, durante uma troca de roupa ou durante o uso de trajes de banho pode ser fundamental para a identificação do problema, por meio de alguns sinais clássicos, como: ombros em diferentes alturas, uma escápula mais proeminente que a outra, cabeça desalinhada do resto do corpo, aparência de um quadril levantado, um ombro mais saliente que o outro - sugerindo rotação do tronco, costelas com alturas diferentes, um lado com mais cintura que o outro e inclinação  do tronco para um lado. 

Particularmente  nas meninas, devido a rotação  do tronco, uma mama pode dar a impressão  de ser  maior do que a outra.

Nas meninas, uma mama aparentemente maior que a outra, costelas com alturas diferentes, um lado com mais cintura que o outro e inclinação do tronco para um lado podem ser sinais. Era assim que estava antes.

Tratamento 

Em grande parte dos casos, a escoliose é silenciosa e assintomática. No entanto, alguns estudos comprovam que os adultos que desenvolveram a escoliose quando mais jovens tendem a sentir mais dor do que adultos sem histórico de escoliose. 

Isso também ocorre quando essa alteração se desenvolve apenas na fase adulta, com mais chances de desenvolvimento de dor crônica.

Quando não diagnosticada e tratada na infância e/ou adolescência de forma adequada, esse desvio postural pode comprometer o paciente com alteração de amplitude de movimento e de desempenhos funcionais e ainda provocar deformidade óssea com artrose futura e outras desordens.

“O tratamento da escoliose é importante para impedir a piora das curvas, reestabelecer o equilíbrio da coluna e evitar problemas respiratórios e doenças degenerativas na fase adulta e na meia-idade”, destaca Anderson Matos, médico cirurgião de colunas, especialista em escoliose do Centro Vitta.

Por falar no Centro Vitta, lá são feitos encontros mensais para discussão de casos clínicos e artigos, além de evolução e resultados dos pacientes, para melhor interação e alinhamento de condutas.

O tratamento indicado varia de acordo com a gravidade de cada caso. Nas curvaturas de 10º a 25º, há a necessidade de fisioterapia com exercícios específicos. 

“Nesse caso, é feito um trabalho de controle motor que vai proporcionar ao paciente um novo aprendizado daquela postura. Os exercícios proporcionam à pessoa mais noção sobre o próprio corpo e uma facilidade em reorganizar a coluna. Mais do que trabalhar o corpo, é reprogramar o cérebro para que a pessoa consiga corrigir a sua postura de forma automática, de tanto executar, de forma ativa, os exercícios”, resume a fisioterapeuta Débora Sousa.

De acordo com a especialista, como a escoliose também representa um déficit do sistema nervoso central, não adianta só trabalhar o músculo e não ativar o cérebro. “O paciente é ensinado a realizar correções e manter a postura corrigida nas atividades cotidianas. Geralmente, utiliza-se espelho no processo de aprendizagem, além da respiração correta para auxiliar na correção. A repetição dos exercícios em casa é de fundamental importância para automatização da postura corrigida. O sucesso do tratamento depende da educação do paciente e da sua rede de apoio”, observa.

“Todo paciente, independentemente da idade, deve ser tratado da escoliose, a depender do grau de maturidade esquelética, gravidade das curvas e riscos de procedimentos”, reforça Anderson Matos.

Autor(a): Eliana Lima



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