Polícia

TRF2 mantém prisão de empresário da saúde no Rio

21 MAI 2020

Foto: Secom/PGR

Acompanhando parecer do Ministério Público Federal (MPF), o Tribunal Regional Federal da 2ª Região negou o pedido de conversão de prisão preventiva em domiciliar ou medidas alternativas para João Alberto Magalhães Cordeiro Júnior, réu denunciado a partir da Operação Tergiversão. Empresário da área da saúde e dirigente do Hospital Rio Laranjeiras e da Clínica Obstetrícia Santa Maria Madalena, no Rio de Janeiro, ele responde por corrupção por pagar propina a policiais e pedir vantagem indevida aos responsáveis pelo Hospital Balbino, também no Rio. Ele é réu ainda por pertencimento a organização criminosa e obstrução da justiça.

No habeas corpus negado pelo TRF2, a defesa alegou não haver necessidade de prisão preventiva, falta de contemporaneidade da prisão e que o réu integra o grupo de risco da covid-19 – argumentos todos rebatidos pelo MPF na 2ª Região (RJ/ES).

Cordeiro Júnior havia sido favorecido antes pela troca da prisão preventiva por medidas cautelares alternativas, mas violou-as ao contatar outros investigados e obstruir as investigações, usando-se de manobras como encontro em sala de depilação de um salão de cabeleireiro e uso de aplicativo para não deixar rastros de conversas no celular.

O réu é acusado de se envolver em simulações de internações e procedimentos médicos inexistentes para desviar recursos do plano de saúde e do fundo de pensão dos Correios (Correio Saúde e Postalis). No dia da busca e apreensão e da primeira prisão do réu, foram encontrados na residência US$ 222 mil, R$ 40 mil e quase EUR 2mil, além de três espelhos em branco de carteira de identidade da Secretaria de Defesa Social de Pernambuco.

Denúncia 

Em junho de 2019, o MPF denunciou seis membros de uma organização criminosa que atuava na Superintendência da Polícia Federal no Rio de Janeiro e outras cinco acusadas de corrupção (ativa e passiva). O esquema envolvia o pedido de vantagens indevidas por servidores do Núcleo de Repressão a Crimes Postais para excluírem os nomes de empresários e de suas empresas das investigações em curso. A propina era cobrada de investigados reais e potenciais nos inquéritos relacionados às Operações Titanium e Viupostalis/Recomeço, contra fraudes envolvendo o Postalis.
 

Autor(a): Eliana Lima



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