Política

UFRJ tenta se afastar de professor que incitou violência, mas ignora histórico de ideologização

07 JUL 2025

Foto: O tal professor abriu o perfil no X e continua incitando ódio, como nessa repostagem

 A Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ) divulgou nesta segunda-feira (7) nota conjunta com a direção da Escola de Comunicação (ECO-UFRJ) para se dissociar das declarações do professor aposentado Marcos Dantas, que sugeriu “guilhotina” contra a a filha do empresário Roberto Justus em uma postagem nas redes sociais. A repercussão foi imediata, com críticas que cruzaram o espectro político.

A nota afirma: “O professor Marcos Dantas é docente aposentado pela UFRJ desde 2022. As postagens publicadas por ele em suas redes sociais expressam opiniões pessoais. A UFRJ e a ECO repudiam qualquer tipo de expressão que incite à violência ou agrida terceiros. A UFRJ é instituição comprometida com a construção de projeto de Nação através do Conhecimento e da Ciência, baseada na defesa dos valores humanistas, na educação, na democracia e no diálogo em prol do Brasil”.

Pois bem!

Apesar do tom institucional, o posicionamento escapa de qualquer autocrítica mais profunda. Há anos, a UFRJ, especialmente na ECO, é alvo de denúncias sobre ambiente acadêmico dominado por ideologia de esquerda, com pouco espaço para o contraditório. Nesse contexto, a fala do professor não soa como exceção, mas reflexo de um discurso que muitas vezes flerta com o radicalismo, sob a proteção da liberdade de cátedra.

A tentativa de se isentar da polêmica soa, portanto, reativa e pouco convincente. A pergunta que permanece: se a incitação à violência fosse feita por um professor com viés conservador, a resposta institucional seria a mesma? 

Ao não enfrentar seu próprio histórico de seletividade ideológica, a UFRJ corre o risco de transformar a pluralidade acadêmica em discurso vazio, e a liberdade de pensamento em privilégio de poucos.

Autor(a): BZN



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