18 NOV 2022
É sabido, o Novembro Azul é o mês da campanha para que homens sejam submetidos ao exame de prevenção ao câncer de propaga.
E a Sociedade Brasileira de Mastologia (SBM) aproveita a campanha para alertar que os homens também podem ser acometidos pelo câncer de mama.
Informa que, apesar de a doença atingir, principalmente, mulheres, pode ocorrer também em homens, sendo um caso diagnosticado para cada 100 em mulheres.
Segundo a SBM, a falta de informação e o preconceito são os principais inimigos da doença, já que os homens têm menor propensão a procurar médicos, e quando procuram encontram dificuldade de acesso.
Em Natal, um conhecido médico teve câncer de mama e ficou curado após o longo tratamento à base de quimioterapia etc.
Famosos como o empresário Mathew Knowles, pai da cantora Beyoncé, e Peter Criss, ex-baterista da banda Kiss, também já enfrentaram a doença.
De acordo com o oncologista a mastologista Wesley Pereira Andrade, os homens normalmente são diagnosticados com doença “em fases mais avançadas, por desconhecerem a possibilidade de desenvolverem câncer de mama e também por questões socioculturais o que leva a uma demora na busca por auxilio médico”.
Ele explica que as queixas mais frequentemente relacionada ao câncer de mama masculino são:
Presença de nódulo palpável na mama
Altercação da pele (edema)
Retração da pele ou da aréola
Saída de secreção sanguinolenta pela papila mamária - o que é um evento bastante raro
A incidência de câncer de mama em homens, segundo a ABM, começa na faixa dos 50 anos de idade.
Segundo médico Wesley Andrade, pacientes que sofreram irradiação torácica prévia como para o tratamento de linfoma apresentam um risco maior para o desenvolvimento de câncer de mama.
Outros fatores
Várias doenças que causam hiperestrogenismo e diminuição dos níveis de andrógenos estão relacionadas ao desenvolvimento de câncer de mama masculino:
Cirrose hepática - o fígado exerce importante função no metabolismo dos hormônios sexuais e sua disfunção esta relacionado ao aumento dos níveis de estrogênio circulante;
Síndrome de Klinefelter;
Uso de estrógeno exógeno - como no tratamento do câncer de próstata ou uso para fins cosméticos como nos caso dos transexuais;
Obesidade, ingestão de alimentos gordurosos, vida sedentária também são fatores relacionados ao desenvolvimento de câncer de mama pois a gordura periférica converte andrógenos em estrógenos através do processo de aromatização.
Diz mais
A apresentação clínica mais comum é a presença de nodulação indolor e de aparecimento recente.
Devido às pequenas dimensões da mama masculina outros sinais e sintomas ocorrem mais precocemente que na história natural do câncer de mama na mulher tais como infiltração de pele, retração da papila, secreção papilar, ulceração e linfadenomegalia axilar.
Ainda podem ser encontrado prurido na região aréolo-papilar, ulceração e infecção.
Ao exame físico o médico encontra nodulação palpável frequentemente retroareolar, de consistência endurecida e indolor, além de alterações cutâneas como edema e ulceração.
O exame da axila pode demonstrar linfadenomegalia.
Diagnóstico
O diagnóstico do câncer de mama masculino é firmado no tripé: história clínica mais exame físico, métodos de imagem (mamografia, ultrassom das mamas) e estudo anatomopatológico (biópsia).
Cirurgia
A cirurgia clássica para o câncer de mama em homens durante muito tempo foi a mastectomia radical modificada com retirada completa da mama e esvaziamento axilar radical independente do estadiamento clínico.
Com o passar dos anos e o aprendizado propiciado pelo tratamento conservador e pesquisa de linfonodo sentinela nas mulheres e seus bons resultados, estas modalidades estão sendo oferecidas e utilizadas no tratamento do câncer de mama masculino na dependência de apresentação em estadiamento clínico precoce.
No entanto, a cirurgia conservadora (quadrantectomia) para o homem deve ser encarada com muita ressalva devido às pequenas dimensões da mama masculina e comprometimento precoce da pele, aréola e musculatura peitoral o que certamente inviabiliza uma ressecção oncológica adequada sem a retirada completa da mama e pele adjacente na maioria dos casos.
Mas, para os casos muito iniciais a cirurgia conservadora associada à radioterapia pode ser uma opção.
Autor(a): Eliana Lima