07 JUN 2021
O alerta é do Conass (Conselho Nacional dos Secretários de Saúde), que fez um explicativo geral sobre a vacina, inclusive reinfecção, que segue abaixo:
A vacina é segura?
Sim. Todas as vacinas que são licenciadas são rigorosamente testadas. Tanto o registro ou mesmo a autorização emergencial só são realizados à partir de estudos que comprovem a segurança e a eficácia das vacinas. Mesmo após seu registro, há um monitoramento rigoroso de eventuais eventos adversos, tanto em estudos científicos como pelas equipes de vigilância epidemiológica e sanitária.
Como as vacinas funcionam?
As vacinas atuam na prevenção, induzindo a criação de anticorpos por parte do sistema imunológico. Reduzem a possibilidade de infecção, porém caso a infecção ocorra, a vacina evitará sua evolução para quadros mais graves e principalmente a morte. É importante saber que há uma demora de alguns dias para esta resposta do organismo. Assim, nos primeiros dias após a vacinação, pode ocorrer tanto a manifestação de uma infecção que pode ter ocorrido alguns dias antes, como também é possível se infectar e transmitir a doença antes que comece a produção de anticorpos. Por isso é fundamental manter as medidas de prevenção e higiene. No caso da vacina contra a Covid-19, é importante saber que para ser imunizado é necessário tomar as duas doses da vacina. A segunda dose deve ser aplicada num intervalo de 14 a 28 dias em relação à primeira dose, no caso da Coronavac (Sinovac/Butantan) e de 90 dias no caso da Covishield (Astra Zeneca / Fiocruz).
O que a vacina garante em termos de proteção?
As vacinas disponíveis atualmente no Brasil oferecem alta proteção para evitar casos graves e óbitos. Nos estudos realizados, a vacina CoronaVac, produzida pelo laboratório Sinovac em parceria com o Instituto Butantan, a eficácia global (proteção contra qualquer forma da doença) foi de 50,38%, com duas doses da vacina. Porém, evitou que 78 a cada 100 pessoas tivessem sintomas da doença que levassem à necessidade de procurar algum atendimento médico, ambulatorial ou hospitalar. No caso da vacina Covishield, desenvolvida pelo laboratório AstraZeneca/Universidade de Oxford em parceria com a Fiocruz, a proteção global foi de 73,43% após duas doses da vacina.
Que efeitos adversos posso esperar da vacina?
Todas as vacinas licenciadas são testadas de forma rigorosa. O registro e a autorização emergencial somente são realizados depois de concluídos estudos que comprovem a segurança e eficácia das vacinas. Além disso, mesmo depois do registro, é feito o monitoramento para acompanhar eventuais efeitos adversos. Já são milhares de doses aplicadas. O que se observa é que as vacinas são muito seguras. Apesar de pouco comuns, podem ser observados eventualmente sintomas como dor de cabeça, dor muscular, febre baixa, dor ou vermelhidão no local da aplicação.
Quais vacinas estão autorizadas no Brasil?
Até o momento a Anvisa autorizou o uso emergencial de três vacinas: a CoronaVac, desenvolvida pela farmacêutica Sinovac em parceria com o Instituto Butantan, e a vacina Covishield, produzida pela farmacêutica Serum Institute of India, em parceria com a AstraZeneca/Universidade de Oxford/Fiocruz. A Vacina da Pfizer/BioNTech foi a primeira vacina a obter o registro sanitário definitivo no país (fevereiro de 2021), no entanto, apenas em maio ela chegou ao Brasil e já está sendo aplicada. Ela também conta com um esquema de duas doses.
O Brasil também já está autorizado a receber vacinas do consórcio Covax Facility. A aliança global Covax é coliderada pela Organização Mundial da Saúde (OMS), pela Coalizão para Promoção de Inovações em prol da Preparação para Epidemias (CEPI) e pela Aliança Mundial para Vacinas e Imunização (Gavi), em parceira com o Fundo das Nações Unidas para a Infância (UNICEF).
Reinfecção
Pessoas que contraíram a Covid-19 na primeira fase da epidemia têm risco de contrair novamente?
Sim, a ocorrência de reinfecção está comprovada e a primeira infecção pode ter ocorrido em qualquer momento desde o início da pandemia, não se limitando ao início dela.
Há casos de pessoas que tomaram vacina e contraíram a doença. Por que isso ocorre?
Sim, isso é possível visto que a vacina em muitos casos não impede que a pessoa se contamine com o vírus. As vacinas têm se mostrado eficazes para diminuir os casos que necessitam hospitalização dentre eles os casos graves e óbitos. Isso também pode ocorrer pela contaminação ter ocorrido alguns dias antes da vacina ou logo nos primeiros dias após a aplicação da vacina, antes de desenvolver a proteção. Por isso é importante continuar com as medidas de proteção não farmacológicas como o uso de máscara, higienização pessoal e distanciamento social para evitar a circulação do vírus.
Transmissão/Vacinação
Uma pessoa vacinada pode transmitir Covid-19?
Sim. As vacinas atualmente disponíveis não impedem totalmente que uma pessoa contraia o vírus, e muitas vezes podem aparecer sintomas clínicos. O que se espera é que esses sintomas sejam mais brandos. Desta forma, uma pessoa pode contrair e transmitir o vírus mesmo que seja vacinado.
Pessoas vacinadas que tiveram contato com uma pessoa infectada devem ficar em isolamento?
Sim, esse isolamento é importante, visto que mesmo que uma pessoa seja vacinada, ela pode contrair o vírus e transmitir a doença.
Vacina Gripe x Vacina Covid-19
É preciso dar um intervalo entre a vacina de gripe e a vacina contra Covid-19?
Sim. O Plano Nacional de Operacionalização da Vacinação contra Covid-19 prevê um intervalo mínimo de 14 dias entre a vacina contra Covid-19 e qualquer outra vacina. Isso se aplica também à vacina contra gripe.
Minha faixa etária para vacinação contra covid vai coincidir com a vacinação contra gripe. Qual devo priorizar?
As duas vacinas são importantes, por isso é indicado que se tome as duas. O Ministério da Saúde orienta que a prioridade deve ser para a vacina contra a Covid-19. Lembre-se que é necessário respeitar um intervalo de no mínimo 14 dias entre uma vacina e outra.
Vacina Butantan/Vacina Fiocruz
Qual a diferença entre a vacina do Butantan e a da Fiocruz?
A Covishield, desenvolvida pelo laboratório AstraZeneca/Universidade de Oxford em parceria com a Fiocruz, é uma vacina que utiliza o que chamamos de vetor viral. Para desenvolvê-la, uma proteína do SARS-CoV-2 é inserida num adenovírus. Uma vez alterado, esse adenovírus é usado para preparar a vacina. O organismo da pessoa que recebe a vacina “aprende” a reconhecer o vírus e a desenvolver formas de defesa. Se for infectado, o corpo saberá reconhecer o invasor e combatê-lo a tempo.
A Coronavac, desenvolvida pelo laboratório Sinovac em parceria com o Instituto Butantan, é uma vacina que contém o vírus SARS-CoV-2 inativado (os próprios vírus que causam a COVID-19, mortos).
Outra diferença é que o prazo entre a primeira e a segunda dose. No caso da Coronavac, o intervalo é de 2 a 4 semanas. No caso da Covishield, é preciso aguardar 12 semanas entre uma dose e outra.
Segunda dose
A segunda dose tem de ser do mesmo fabricante?
É fundamental que o esquema de vacinação seja realizado com a mesma vacina, isto é, se a primeira dose foi feita com a Coronavac, a segunda também deve ser feita com esta vacina. O mesmo ocorre com a Covishield ou qualquer outra vacina contra Covid-19.
O que devo fazer se perder o prazo para a segunda dose?
É importante completar o esquema vacinal. Se por algum motivo o prazo para receber a segunda dose foi perdido, procure vacinar-se o mais rapidamente possível.
Proteção contra novas variantes:
As vacinas protegem contra as novas variantes do vírus?
Vários estudos estão em andamento para avaliar a eficácia da vacina diante das variantes que já foram identificadas. Os estudos preliminares indicam que sim.
Medidas de prevenção
Ainda preciso manter as medidas preventivas, como distanciamento social, uso de máscara e limpeza das mãos com álcool em gel?
Sim, principalmente porque neste primeiro momento apenas uma parcela da população será imunizada e a vacina leva alguns dias para fazer efeito. Além disso, essas medidas auxiliam na prevenção de várias outras doenças.
Autor(a): Eliana Lima