Política

Cai o governo do primeiro-ministro de Portugal, que em fevereiro visitou Lula em Brasília

12 MAR 2025

Foto: Luís Montenegro sendo recebido por Lula no Planalto - Foto: Ricardo Stuckert

O primeiro-ministro português Luís Montenegro sofreu um duro golpe político que resultou na queda do seu governo, nessa ter (11).


A crise foi desencadeada por acusações de conflito de interesses envolvendo sua empresa familiar, a Spinumviva, que recebeu pagamentos mensais de €4.500 da Solverde, empresa do setor de cassinos. 


O problema se agravou porque o governo de Montenegro deveria supervisionar um novo processo de concessão para cassinos no país, levantando suspeitas sobre sua imparcialidade.


Para piorar a situação, uma tentativa de Montenegro de transferir suas ações da Spinumviva para sua esposa em 2022 foi anulada, já que a legislação portuguesa proíbe a venda de ações entre cônjuges. Com isso, ficou comprovado que ele ainda mantinha vínculos financeiros com a empresa enquanto ocupava o cargo de primeiro-ministro, o que intensificou as acusações de conflito de interesses.


Diante da pressão política e da perda de apoio parlamentar, Montenegro decidiu apresentar uma moção de confiança no Congresso, para tentar sua permanência no cargo. Entretanto, a estratégia fracassou, pois a moção foi rejeitada por 137 votos contra e apenas 87 a favor. Sem saída, o governo foi derrubado, e Portugal mergulhou em mais uma crise institucional, sendo esta a terceira vez em três anos que um primeiro-ministro cai.


Agora, Montenegro permanece como líder interino até que um novo governo seja formado. O presidente português, Marcelo Rebelo de Sousa, está consultando os partidos para decidir os próximos passos, incluindo a possibilidade de dissolver o parlamento e convocar novas eleições, que podem ocorrer já em maio de 2025. 


Em tempo!


A queda acontece poucos dias após a visita de Montenegro ao Brasil, onde se encontrou com o presidente Lula da Silva (PT), durante a 14ª Cimeira Brasil-Portugal, realizada em Brasília nos dias 18 e 19 de fevereiro. Durante o evento, os líderes assinaram 20 acordos de cooperação e reforçaram os laços entre os dois países. Montenegro, na ocasião, defendeu o Acordo de Livre Comércio entre o Mercosul e a União Europeia, um tema que agora ficará para seu sucessor resolver.


Autor(a): BZN



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