20 ABR 2021
Pesquisa do Sebrae divulgada hoje (20) aponta que o setor de bares, restaurantes e similares foi um dos mais prejudicados com a crise gerada pela pandemia do novo coronavírus. Em Natal, cerca de “95% dos estabelecimentos registraram redução no faturamento mensal e, o pior, quase 10% tiveram que encerrar as atividades e fechar as portas de vez”, informa o Sebrae.
O levantamento foi realizado na semana passada com 253 empresários para identificar os principais impactos da pandemia nos bares e restaurantes da capital-potengi nas atividades diárias dos empreendimentos.
“Os resultados confirmaram o quadro desolador que o setor atravessa”, diz.
O Sebrae atenta que dados divulgados pelo governo estadual já “indicavam que houve uma queda de faturamento bruto diário das empresas de todo o RN entre março do ano passado para o mesmo mês deste ano da ordem de 30%, caindo de R$ 4,8 milhões para R$ 2,7 milhões em média nesse período”.
Em Natal, de acordo com o levantamento, apenas 2,4% tiveram alta no faturamento e outros 2,4% dos estabelecimentos mantiveram os níveis de operações. “Muito em função de mudanças no formato de funcionamento, pelo que sinaliza a pesquisa. 72% precisaram fazer adequações no horário de atendimento, passando a operar via sistema de entregas e drive thru (53,2%)”.
Demissões
“Mais da metade dos empresários entrevistados tiveram de demitir trabalhadores, sendo que a maioria não pretende recontratá-los após a crise. Os que fugiram dessa alternativa drástica precisaram reduzir a jornada de trabalho ou os salários dos empregados (27,7%), suspender os contratos (24,8%) e decretar férias coletivas (9,4%)”.
O levantamento também abordou as conseqüências desse cenário, que se refletem principalmente em dificuldades financeiras. A redução do faturamento das empresas obrigou os empreendedores a buscar empréstimos. Foi a opção adotada por 31,2% dos empresários, cuja finalidade do recurso era para capital de giro (31,2%), pagamento dos funcionários (41,8%) e pagamento dos custos fixos da empresa (34,2%).
Porém, apenas 53,2% conseguiram o recurso e outros 12,6% ainda estão aguardando resposta do banco. Os principais motivos para a não obtenção do financiamento foram falta de garantias reais ou avalistas (26,1%), ser empresa com menos de um ano de atividade (26,1%), não ter conseguido contato/atendimento com o banco (21,7%) e dificuldade para aprovação do cadastro (13,0%).
Gestão financeira e bioprevenção
Para Paulo Ricardo Bezerra, analista técnico da Unidade de Negócios, Inovação e Tecnologia do Sebrae-RN e coordenador da pesquisa, parte das dificuldades enfrentadas estão relacionadas à capacitação. “Essas dificuldades enfrentadas pelo segmento de bares e restaurantes estão muito atreladas à necessidade de equilibrar as finanças da empresa”. Essa foi a principal justificativa dada por 39,1% dos entrevistados, seguida da dificuldade de manter o volume de vendas (37,9%), falta de clientes (36,0%), necessidade de planejar as atividades da empresa durante a pandemia (19,8%) e manter o quadro de funcionários (14,2%).
Gestor do projeto de Turismo da instituição, Yves Guerra considera que o setor vem sendo fortemente impactado desde o início da pandemia no ano passado, com pouco mais de 12 meses enfrentando os desafios das medidas restritivas. “Muitos tiveram que se adaptar e mudar sua rotina de funcionamento, até pelas limitações colocadas nos decretos, como mostra a pesquisa. É uma situação delicada e o setor precisa de todo tipo de apoio, seja fiscal, financeiro (crédito) ou para inovar, e se adequar ao cenário atual”.
Lembra que o Sebrae dispõe de soluções para ajudar esses empreendedores a vencerem esses desafios, como é o caso do programa Reinicie de Bioprevenção, que capacita os empresários na adoção de protocolos e regras de segurança sanitária. Para saber mais sobre a iniciativa, acesse o site https://www.rn.sebrae.com.br/bioprevencao/. No portal, estão disponíveis para download diversos materiais de orientação para os empreendimentos, tais como e-books, cartilhas, sinalizadores para clientes, colaboradores e fornecedores, além das capacitações que são completamente gratuitas.
Autor(a): Eliana Lima