Polícia

Cosa Nostra: orla de Natal nas tevês italianas. Brasil é o “país preferido pelos chefes” da máfia

13 AGO 2024

Foto: Reprodução vídeo das reportagens

Natal foi notícia nesta terça-feira (13) na mídia italiana, com imagens na TV, inclusive trecho da Praia de Areia Preta.


São de reportagens sobre a Operação Arancia, deflagrada pela Polícia Federal, com coordenação do MPF e a Guardia di Finanza de Palermo, Itália, que prendeu na capital dos magos-internacionais o italiano Giuseppe Bruno, como parte de uma investigação sobre ações de uma rede mafiosa avaliada em € 500 milhões (US$ 550 milhões), o que equivale a mais de R$ 3 bilhões. Pesa sobre ele acusações de extorsão, lavagem de dinheiro e cumplicidade em atividades da máfia.


A investigação, que começou em 2022, envolveu polícias italiana, brasileira e suíça, resultando na apreensão de € 50 milhões em bens e acusações contra 17 pessoas ligadas à Cosa Nostra, máfia siciliana.


Título do Giornale di Sicilia: “De Buscetta a Calvaruso, quando a Cosa Nostra faz negócios no Brasil”.


Segundo o jornal, Giuseppe Calvaruso, 47 anos, supostamente canalizou centenas de milhares de euros para Giuseppe Bruno, um empresário de Bagheria transferido para Natal e preso na operação de hoje por lavagem de dinheiro.


Diz que a máfia “investiu no Brasil em complexos de construção, restaurantes e empresas de importação e exportação de laranjas”. 


Foram cumpridos 21 mandados de buscas na Sicília, Emilia Romagna, Lazio, Toscana e Vêneto, Brasil e Suíça, em residências, sedes de empresas e escritórios profissionais. Os suspeitos são acusados de conspiração para participar de associações mafiosas, extorsão, lavagem de dinheiro e autolavagem, e transferência fraudulenta de valores, agravada pelo objetivo de ter facilitado importantes famílias mafiosas.


O jornal lembra que o Brasil é o “país preferido pelos chefes das organizações criminosas - basta lembrar que Don Tano Badalamenti, Tommaso Buscetta, Vincenzo Macrì o elegeram como sua segunda pátria - de acordo com as investigações da Guardia di Finanza”.


Entre os negócios mais significativos de Giuseppe Calvaruso “estava o lançamento, por meio das empresas do grupo, de um plano de parcelamento de vastas áreas de construção perto da costa nordeste do Brasil. Esse plano se somava a outras numerosas transações no campo imobiliário, capazes de garantir lucros de magnitude excepcional". Mais de 500 milhões de euros são se “patrimônio ao longo do tempo assumido por todas as empresas na órbita da associação criminosa".


Calvaruso, “após ter realizado empreendimentos comerciais lucrativos na Itália (incluindo um resort na província de Trapani) a partir de 2016, teria deslocado o centro de nteresses principalmente para o Brasil, contando, em uma fase inicial, também com o apoio de outro empresário romano, posteriormente preso em 2019 pelas autoridades brasileiras por ser considerado o instigador de um assassinato ocorrido cinco anos antes em Natal. Foi para este último que Calvaruso supostamente deu dinheiro retirado diretamente dos cofres da Cosa Nostra. Os investigadores levantam a hipótese de um primeiro maxi-financiamento, de aproximadamente 830.000 euros, que teria sido dado em dinheiro em duas parcelas, entre 2016 e 2017, graças ao qual a organização teria entrado, como sócio oculto, em várias empresas já presentes no país”, completa o jornal.


O homicídio citado foi o do italiano Enzo Albanese, em maio 2014. então dirigente da comissão técnica de rugby do Alecrim.



Autor(a): BZN



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