Política

Ex-primeiro-ministro português José Sócrates, impedido de se ausentar do país, tem viajado ao Brasil para curso e reuniões com PT

19 MAI 2022

Os jornais portugueses repercutem informação da revista Visão de que o ex-primeiro-ministro “José Sócrates tem realizado viagens regulares ao Brasil sem comunicar as deslocações ao tribunal, o que poderá constituir uma violação da lei”.


Segundo a revista, ele vem para aulas de  doutorado em Relações Internacionais na Universidade Católica de São Paulo e tem participado em ações do Partido dos Trabalhadores (PT). 


Numa conversa em que participou e foi divulgada ontem (18) no YouTube, Sócrates diz que está em São Paulo e permanecerá na cidade brasileira por "duas semanas".


“No entanto, estas ausências do país com mais de cinco dias de duração não constam dos autos do processo que a publicação consultou e em que continua a ser arguido. Ao abrigo deste processo, José Sócrates está sujeito a termo de identidade e residência”, diz o jornal Expresso. 


Explica que as “viagens não comunicadas podem constituir uma violação da lei, uma vez que os arguidos a quem tenha sido aplicada a medida de coação mínima devem comunicar ao tribunal a sua localização exata, incluindo todas as deslocações com mais de cinco dias”.


Segundo o portal Observador, o Ministério Público (MP) abriu diligências junto Tribunal Judicial da Comarca de Lisboa para que José Sócrates seja notificado. Quer esclarecimento sobre não comunicar as viagens ao Brasil.


Em tempo


Em setembro de 2014, Sócrates foi preso no aeroporto de Lisboa, quando desembarcava de voo parisiense. Pesava sobre ele investigação por fraude fiscal, lavagem de dinheiro e corrupção. 


Filiado ao Partido Socialista português, foi detido preventivamente sob o argumento de que poderia fugir do país.


Sócrates foi mira da Operação Marquês, algo semelhante com a Lava Jato. O Ministério Público jogou lupas sobre a transferência de soma milionária de Carlos Santos Silva, amigo do ex-premiê. O dinheiro que teria sido transferido da Suíça para Portugal seria na verdade de Sócrates, apontou o MP.


Com o dinheiro, o ex-primeiro-ministro teria adquirido um apartamento de três quartos próximo à Praça do Marquês de Pombal. A localidade deu nome à investigação. O MP disse que o político tinha custo de vida "acima das suas possibilidades" e teria recebido 34 milhões de euros para favorecer empresários.


É tido em Portugal como grande amigo de Lula.

Autor(a): Eliana Lima



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