05 JUL 2025
Em alusão ao Dia Mundial de Luta contra as Hepatites Virais, celebrado em 28 de julho, a Secretaria de Estado da Saúde Pública (Sesap) dá início à campanha Julho Amarelo. A mobilização tem como foco a conscientização sobre prevenção, diagnóstico e tratamento das hepatites virais em todo o Rio Grande do Norte.
A Sesap recomenda que os municípios intensifiquem as ações de enfrentamento à doença ao longo do mês, com destaque para a realização de testes rápidos para hepatites B e C, a vacinação contra a hepatite A (para faixas etárias indicadas pelo Ministério da Saúde), imunização contra a hepatite B (disponível para todas as idades), além de ações educativas sobre o uso de preservativos.
Unidades de referência como o Hospital Giselda Trigueiro, em Natal, e o Hospital Rafael Fernandes, em Mossoró, irão reforçar as atividades de educação em saúde. Junto ao Hospital Universitário Onofre Lopes, essas instituições formam a rede especializada no tratamento das hepatites virais no estado.
Sintomas, prevenção e tratamento
A hepatite é uma inflamação do fígado que pode ser provocada por vírus, medicamentos, consumo excessivo de álcool ou outras substâncias. Os sintomas mais comuns incluem dor de cabeça, mal-estar, náuseas, vômitos, urina escura, fezes claras e pele ou olhos amarelados (icterícia). No Brasil, os vírus mais comuns são os das hepatites A, B e C.
A vacinação é a principal forma de prevenção para os tipos A e B. As vacinas são gratuitas e estão disponíveis nas unidades básicas de saúde. Para evitar a hepatite A, recomenda-se lavar bem as mãos, especialmente antes das refeições e após o uso do banheiro, além de consumir água e alimentos de fontes seguras. Já para os tipos B e C, é fundamental não compartilhar objetos pessoais como lâminas de barbear e escovas de dente, além de utilizar preservativos em todas as relações sexuais. Cuidados também devem ser tomados em procedimentos como tatuagens, piercings e serviços de manicure, garantindo a esterilização adequada dos materiais.
O SUS oferece tratamento gratuito para todos os tipos de hepatites virais. Os testes para os vírus B e C estão disponíveis para toda a população. A recomendação é que todos realizem o exame pelo menos uma vez na vida, com testagem periódica para grupos mais vulneráveis. Já os casos de hepatite A são acompanhados na Atenção Primária à Saúde.
Cenário epidemiológico no RN
Segundo o Boletim Epidemiológico da Sesap, entre 2014 e 2024 foram confirmados 2.150 casos de hepatites virais no estado. Desse total, 194 casos (9%) foram de hepatite A, 668 (31,1%) de hepatite B, 1.270 (59,1%) de hepatite C e 18 (0,8%) com mais de uma etiologia.
Houve queda de 66,6% nos casos de hepatite A no período, mas os registros de hepatite B cresceram 16,5% e os de hepatite C, 43,6%. Em 2024, foram notificados 260 casos, o que representa um aumento de 31,4% em relação a 2023. Já entre janeiro e abril de 2025, foram registrados 69 casos, queda de 24,1% em comparação com o mesmo período do ano anterior.
Entre 2014 e 2024, o Sistema de Informação de Mortalidade (SIM) registrou 180 óbitos por hepatites virais no estado, sendo a maioria (54,4%) atribuída à hepatite C. Em 2024, foram registrados 13 óbitos, um aumento de 30% em relação a 2023. De janeiro a abril de 2025, foram contabilizados três óbitos, número semelhante ao registrado no mesmo período do ano anterior.
Autor(a): BZN