15 AGO 2024
Desde junho de 2021, quando dom Aldo Giordano deixou a Venezuela, após sete anos de atuação, o país ficou sem representante da ‘embaixada’ do Papa Francisco. No dia 2 de dezembro de 2021, o arcebispo morreu, aos 67 anos, em Leuven, Bélgica, em decorrência da covid-19.
E nesta quinta-feira (15), justamente em que o resultado das eleições venezuelanas é questionado, quando muitos países não conhecem Nicolás Maduro reeleito, eis que o Vaticano envia o novo Núncio Apostólico, o espanhol dom Alberto Ortega Martín, para apresentar as cartas credenciais ao ditador. O sacerdote pertence à família de Comunhão e Libertação.
Nos canais oficiais comandados por Maduro, a foto ao lado e a legenda: “Assim, foi estabelecida uma nova agenda de trabalho entre a Venezuela e o Vaticano, sempre no contexto do respeito à autodeterminação dos povos”.
No texto: “A recepção das credenciais de Monsenhor Alberto Ortega Martín como Embaixador Apostólico na Venezuela ratifica o fortalecimento das relações entre a Igreja Católica e o Estado venezuelano, que defende os princípios da Diplomacia Bolivariana de Paz”.
Continua: “Dessa forma, impõe-se uma nova agenda de trabalho conjunto entre a Venezuela e o Vaticano, sempre no contexto do respeito à autodeterminação dos povos, e na amizade que se consagrou entre o país sul-americano e o Papa Francisco, que tem sido um defensor das injustiças sofridas pelos povos do mundo”.
Pois bem!
Durante a cerimônia, Maduro presenteou monsenhor Ortega Martín com um quadro de José Gregorio Hernández.
O novo núncio está na Venezuela desde 3 de julho, no Salão Sol del Perú do Palácio Miraflores, na capital Caracas.
Em tempo
Antes de deixar o posto diplomático na Venezuela, dom Aldo Giordano renunciou a uma condecoração concedida por Maduro.
Justificou: "Eu pedi em nome do papa para renunciar a esta condecoração porque o papa Francisco nos diz: 'em um país, vocês, meus representantes, devem ir para servir, para ajudar, e não para buscar alguma honra".
Autor(a): BZN