19 MAI 2025
Enquanto boa parte da repercussão pública e midiática gira em torno da quebra de protocolo da primeira-dama Janja durante o jantar com Xi Jinping, o que também deveria estar no foco é a gravidade do presidente Lula (PT) pedir diretamente ajuda ao ditador chinês para silenciar cidadãos no Brasil que tem na Constituição a garantia da liberdade de expressão e pensamento.
Janja, ao intervir em um encontro diplomático de alto nível, ultrapassou todos os seus limites. Idem a também gravidade do seu pedido, corroborando com o marido. Mas reduzir o episódio a um “deslize de etiqueta diplomática” ou a um espetáculo de vaidade pessoal é deixar de ver o que há de mais grave: Lula solicitar, confirmado pelo próprio, ao presidente da China, um regime notoriamente autoritário e centralizador, que envie alguém “de confiança” ao Brasil para discutir o controle da plataforma chinesa TikTok.
Ora, o Brasil é uma democracia. Nossa Carta Magna garante a liberdade de expressão e de pensamento como pilares fundamentais da ordem constitucional. Não se trata de regulação séria e transparente, com base em legislação e discussão pública, mas sim de conversa de bastidores com um ditador sobre uma plataforma que incomoda politicamente. Ou seja: amordaçar opositores e eleitores contrários ao governo petista.
A crítica a Janja, justa ou não, tem funcionado como distração, enquanto a responsabilidade institucional de um presidente que se dirige a um líder autoritário pedindo apoio para suprimir ou moldar o que circula nas redes sociais brasileiras é infinitamente mais preocupante.
Autor(a): BZN