28 JUL 2022
O cientista político Luiz Felipe D'Avila, pré-candidato do Novo à Presidência da República, participou nessa quarta-feira (27) da série de encontros promovidos pela Fiesp e o Ciesp com os presidenciáveis mais cotados nas pesquisas eleitorais.
Diante de empresários e diretores das duas entidades Felipe D'Avila defendeu a privatização ampla de órgãos e instituições vinculados ao governo federal, caso do Correios, Petrobrás e Caixa Econômica, por exemplo.
Para ele, o BNDES não deve ser a única fonte para financiamentos no país, embora tenha papel importante a cumprir em casos específicos como no das debêntures (títulos de renda fixa atrelados a empresas) de longo prazo e os de obras nas quais o retorno social será mais importante do que o financeiro, caso de projetos de saneamento básico
Com mestrado em administração pública pela Harvard Kennedy School (EUA), o pré-candidato também defendeu subsídios do Estado para a área da ciência e da pesquisa, que considera fundamental para que o Brasil possa se reindustrializar e alcançar o nível mais avançado de modernização, com a chamada indústria 4.0.
Destacou:
- Se a gente quer reindustrializar o Brasil, a gente precisa de política de estado de investimentos em ciência e tecnologia. Não pode ser uma coisa que vai de acordo com o humor do governo. Essa linha de investimento toda vez é sacrificada para bancar o custeio do estado brasileiro.
Indústria da construção civil
Diretor financeiro do Ciesp, Demetrio Zacharias lembrou que a cadeia produtiva da construção engloba diversos segmentos, principalmente da indústria de transformação.
Disse e questionou:
- É um potencial que atrai investimentos e torna a economia mais eficiente e esse quadro aponta para um papel estratégico para a gente poder ter a retomada do crescimento no Brasil. Seu governo planeja atuar sobre essa questão e como você pretende avançar na retomada de obras, levando em consideração os desafios atuais?.
No que D'Avila ressaltou que as obras paradas significam prejuízo aos cofres públicos, à população e a todos os setores da sociedade, mas chamou atenção de que é preciso critério para verificar as obras que são realmente necessárias e as que foram feitas apenas para promover caixa eleitoral de políticos.
E disse:
- Algumas empreiteiras foram, infelizmente, a mola propulsora do maior escândalo de corrupção desse país. Então, nós precisamos separar o joio do trigo. A gente não tem muito esse hábito de ter esse papo reto quando se discute política, mas a gente tem que ter critério. O critério é qual o impacto social de uma obra? Se é importante, vamos fazer. Se não é importante, não vamos fazer.
Também defendeu a descentralização para as políticas habitacionais que deem autonomia para estados e municípios definirem seus critérios de acordo com a realidade local e que para isso sejam utilizadas linhas de financiamento do BNDES, mas também dos bancos privados.
Os próximos
Simone Tebet (MDB), que teve candidatura confirmada pelo partido para concorrer à Presidência, será a próxima a participar do encontro com as duas entidades no dia 1º de agosto.
O ex-presidente Lula da Silva confirmou presença no dia 9 de agosto, e Jair Bolsonaro, dia 12. A Fiesp e o Ciesp ainda aguardam a confirmação da data do encontro com André Janones.
Autor(a): Eliana Lima