27 DEZ 2024
O episódio no Rio de Janeiro, em que Juliana Rangel, 26 anos, e seu pai, Alexandre Rangel, foram baleados por agentes da Polícia Rodoviária Federal (PRF) em Duque de Caxias, na Baixada Fluminense, acendeu intensas discussões na instituição.
Alguns pontos de vista que poucos sabem: os agentes estavam cumprindo um "extra", que é chamado de IFR. Esse IFR é pago conforme as horas trabalhadas. São 400 reais por seis horas e 900 reais por 12 horas, em números aproximados.
Vários agentes se submetem a trabalhar a mais por dificuldades financeiras. E fazem o extra na folga. Já teve muita coisa errada com essa verba e hoje ainda tem umas coisas cabulosas, mas poucas. Então, o ponto 1 é um suposto cansaço do efetivo que claramente afeta a capacidade de decisão.
O outro ponto é que o tiro policial tem regras rígidas. A PRF negligenciou, e não é de agora, a atualização do efetivo quanto a isso.
A PRF tem um programa anual e obrigatório, para todos os agentes, de capacitação e atualização. Entretanto, há muito tempo que esse programa não abarca a legislação policial. Simplesmente porque a PRF focou suas prioridades em temas ’da moda’.
Caso essa atualização estivesse ocorrendo tal como deveria, unanimemente, o caso Genivaldo de Jesus, que foi morto em Sergipe no dia 25 de maio de 2022, poderia não ter acontecido, e os dois casos no Rio certamente não aconteceriam, para ficar nos casos mais repercutidos.
Em tempo
Em vez de cumprir a legislação de tiro, a PRF se dedicou a curso sobre assédio, apenas para mostrar o quão está longe do ideal.
A propósito…é mais importante e urgente falar sobre assédio ou sobre vidas?
O lamentável se instalou nessa nobre instituição, com políticos promovendo remoções de servidores em flagrante ilegalidade. Apenas uma das mudanças da era PT.
Por exemplo: novato não pode assumir chefia, mas vários estão sendo nomeados a pedido de políticos porque essa é a única forma de ser transferido.
Aí o novato corre para chorar no colo de uma deputada. Ela pede que arrangem um jeito e o jeito é colocar o novato como chefe. Aí, como ele vai ser chefe, é removido.
Entenderam?
Enquanto isso o Ministério Público ausente. E silente.
Autor(a): BZN