Saúde

RN será campo de teste clínico para mais um estudo de vacina contra covid-19

24 ABR 2021

Foto: Reprodução

Anvisa aprovou na sexta-feira (16) um novo ensaio clínico fase 2/3 de vacina contra Covid-19, que incluirá até 12.000 voluntários no Brasil, distribuídos entre Rio Grande do Sul, Rio Grande do Norte e Rio de Janeiro.

Em Natal (RN), o Instituto Atena de Pesquisa Clínica será o responsável por implantar o protocolo de pesquisa. O Instituto é liderado pela médica e pesquisadora potiguar Dra. Maria Sanali Paiva, que é a coordenadora nacional do estudo.

Para alcançar o universo de indivíduos a serem testados, o Instituto Atena está buscando voluntários entre 18 e 55 anos, residentes em Natal e região metropolitana, que não estejam com sintomas de covid-19 e que não tenham sido vacinados contra a doença. Pessoas que já tiveram covid-19 podem se inscrever. O cadastro para voluntários já está aberto e há vagas remanescentes. As informações e formulário de cadastro estão disponíveis por meio do site www.covid.natal.br.

Após a etapa do cadastramento, os candidatos selecionados serão contatados nas próximas semanas para agendar sua visita ao Instituto Atena de Pesquisa Clínica. Nessa ocasião os voluntários terão de ler e poderão concordar com o Termo de Consentimento Livre e Esclarecido. Em seguida passarão por uma consulta médica, coleta de amostras e aplicação do produto.

Os voluntários terão de regularmente responder a perguntas através de um aplicativo de smartphone, se submeter a consultas online e retornar ao Instituto Atena para acompanhamento. A equipe médica manterá constante e cuidadoso contato com os participantes do estudo.

O estudo é ‘cego’, ou seja, parte dos voluntários recebe a vacina em teste e outra parte recebe o placebo, que não possui efeito algum. A princípio os participantes não serão informados qual receberam. Ao final da pesquisa, os indivíduos que receberam o placebo são informados e recebem a vacina gratuitamente.

É importante ressaltar que, caso o participante da pesquisa seja chamado para receber a vacinação do Governo Federal ao longo do período da pesquisa, poderá entrar em contato com o Instituto Atena para verificar se recebeu a vacina ou placebo. Desse modo, caso tenha a oportunidade o participante poderá optar pela vacinação oferecida pelo governo.

Segundo a Dra. Sanali Paiva, não há motivo para que as pessoas sintam receio das vacinas em teste no Brasil. “Nosso país tem se destacado na produção científica e tecnológica mundial, por isso há vários estudos clínicos sendo realizados aqui”, explica. E alerta para o detalhe positivo, de que os testes acabam beneficiando os indivíduos que estão em fase produtiva e não necessariamente se enquadram em grupos de risco, ou seja, pessoas que só seriam contempladas pela vacinação após os grupos prioritários.

A vacina

A vacina candidata (SCB-2019) é uma proteína recombinante de fusão de trímero da espícula (S) do Sars-CoV-2 coadministrada com um adjuvante CpG 1018/Alum em duas doses, com intervalo de 22 dias entre as doses. O desenvolvimento clínico está sendo patrocinado pela empresa Sichuan Clover Biopharmaceuticals, Inc, sediada na China.

O ensaio clínico aprovado é de fase 2/3 (CLO-SCB-2019-003), duplo-cego, randomizado, controlado por placebo, para avaliar a eficácia, a imunogenicidade e a segurança da vacina recombinante da subunidade da proteína S trimérica do Sars-CoV-2 (SCB-2019) com o adjuvante CpG 1018/Alum para prevenção da Covid-19 mediada pelo Sars-CoV-2 em participantes a partir de 18 anos de idade ou mais.

Reeferências

Dra. Maria Sanali já possui extensa experiência em estudos clínicos nacionais e internacionais, com cerca de 20 anos participando da aplicação de mais de 100 protocolos para medicações, principalmente nas áreas de Cardiologia e Endocrinologia. Ela é cardiologista intervencionista dos hospitais Promater e HUOL, onde é Chefe da Unidade Cardiovascular e Presidente da Sociedade de Cardiologia do RN. Neste trabalho, especificamente, ela é investigadora coordenadora, na companhia do médico intensivista Hugo Diógenes, que será o sub-investigador. 

Os recursos que financiam o projeto são provenientes da Fundação Bill e Melinda Gates, que desde o início da pandemia do Coronavírus já dispensou mais de US$ 420 milhões para desenvolver e fornecer imunizantes acessíveis para países de baixa e média renda.

Fonte: Verbo Comunicação



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