Com habeas corpus concedido pelo Tribunal de Justiça do RN, Carlos Gabas ficou mudo na CPI da Covid na Assembleia Legislativa durante o que seria seu depoimento na reunião de hoje (6).

Secretário-executivo do Consórcio Nordeste, Gabas compareceu na condição de investigado, mas o depoente permaneceu em silêncio e não foi possível saber, por exemplo, sobre a compra de respiradores por Estados que compõem o consórcio, com pagamento adiantado de R$ 48,7 milhões, mas os 300 equipamentos nunca foram entregues pela empresa Hempcare.

Apesar da concessão do direito de permanecer em silêncio, dado pelo TJRN, o presidente da CPI da Covid na ALRN, Kelps Lima (Solidariedade), informou que o direito já seria garantido mesmo que não houvesse a decisão da Justiça.

Já na primeira pergunta, Gabas disse que não responderia a nenhum questionamento. Kelps então consultou os colegas sobre a possibilidade de dispensá-lo.

E disse:

- Não queremos dar margem para que seja levantada a hipótese de incorrermos em abuso de autoridade, pois essa CPI tem tido todo o cuidado para que nenhum ato seja anulado. Inclusive, requisito ao advogado do depoente que encaminhe ao Ministério Público as imagens dos supostos atos de desrespeito por parte de membros dessa comissão a depoentes. Se ele está dizendo que houve, que encaminhe, pois os vídeos são públicos. Mas já sabemos que esses atosnão existiram.

Pois bem

A sugestão foi aprovada pelo relator, Francisco do PT, e pelos membros Gustavo Carvalho (PSDB), George Soares (PL) e Getúlo Rego (DEM). Também estiveram presentes Tomba Farias (PSDB), Subtenente Eliabe (Solidariedade) e Coronel Azevedo (PSC), além dos senadores Styvenson Valentim (Podemos) e Eduardo Girão (Podemos-CE).

Após a liberação do investigado, Kelps, Gustavo e Tomba expuseram alguns dos questionamentos que seriam feitos ao depoente, enquanto os demais parlamentares deixaram as perguntas à disposição da imprensa para divulgação. 

Mais tentativa

Ainda na reunião, os deputados aprovaram a convocação do prefeito petista de Araraquara, Edinho Silva, e de outras seis pessoas que tinham ligação com o Consórcio Nordeste.

A convocação do prefeito, na condição de testemunha, é porque os parlamentares querem informações sobre uma suposta doação realizada pela empresa Hempcare ao município, que é administrado por um amigo de Carlos Gabas. 

A Hempcare foi a empresa que recebeu R$ 48,7 milhões do Consórcio para a compra de respiradores e não entregou os equipamentos, mas teria fornecido aproximadamente R$ 4,2 milhões em respiradores ao município de Araraquara.

O requerimento para a convocação foi aprovado por unanimidade, mas haverá também consulta à Procuradoria do Legislativo para saber sobre a legalidade da convocação de um prefeito para depor na comissão.

Autor(a): Eliana Lima