Cultura

Toninho Magalhães recebe em noite de histórias sobre Sylvio Pedroza e Graco Magalhães

26 MAR 2023

Foto: A sala dos anos 20, que ambientou a grande casa Elza e Fernando Pedroza na esquina da Nilo Peçanha e Getúlio Vargas. Na foto com Toninho, Luiz Eduardo e Thiago Cavalcanti

O agrônomo Toninho Magalhães movimentou a laje na noite desse sábado (25) - forma como chama a cobertura onde mora no Tirol, que foi cenário de conversas de muitas histórias contadas por seu saudoso pai Graco Magalhães, que viveu lúcidos 100 anos, e convidados.


A noite foi em torno de lembranças da tia Clô D’Azevedo Pedroza, que se viva estivesse completaria ontem 104 anos, e do filho dela, Luiz Eduardo Pedroza, que mora em Brasília e passe dias de férias em Natal, aniversariante deste domingo (26).


As histórias começaram pela sala de Toninho, ambientada por estofados que têm nada menos que 97 anos e continuam atuais. Foram trazidos da Inglaterra, em 1926, pelos avós maternos dele, Branca e Fernando Pedroza, que dá nome ao município potiguar de Fernando Pedroza.


Também, os estofados que pertenciam aos pais, Elza Pedroza e Graco Magalhães, que morreu em novembro do ano passado, aos 100 anos. Pois bem, os sofás são dos anos 50, e também atuais. Decoravam a antiga mansão da família na Av, Getúlio Vargas, hoje repleta de edifícios que concentra o metro quadrado mais caro de Natal.


Marcantes


Homenageado da noite, Luiz Eduardo é herdeiro de Clô e Sylvio Pedroza, que foi o 18.º prefeito de Natal (1946 e 1951), 14.º vice-governador do RN (janeiro a julho de 1951), e o 38.º governador do RN (1951-1956). Assumiu o governo após o acidente aéreo no Rio do Sal, em Sergipe, em que morreu o então governador Dix-Sept Rosado.


Noite em que eu soube, por exemplo, que Sylvio Piza Pedroza foi o fundador da Anorc (Associação dos Criadores do RN) e do projeto inicial do hoje Parque Aristófanes Fernandes, em Parnamirim, e que o terreno de 30 hectares foi doado por Amélia Machado, mais conhecida como Viúva Machado.


Certo dia, Sylvio disse ao comandante Graco Magalhães, seu concunhado, da intenção de construir um grande parque. Foi quando o aviador observou do alto a área, e o então governador soube que era da Viúva Machado. Em conversa com a empresária, não precisou muito para que ela, em vez de cobrar, doasse a área que tinha sido adquirida pelo marido, o bem sucedido português Manuel Machado.


Sylvio iniciou a obra do parque, com os galpões de alvenaria. Teve continuidade no governo de Dinarte Mariz, ganhou as atuais dimensões e foi inaugurado na gestão Aluízio Alves, que deu o nome do caraubense Aristófanes Fernandes, ex-deputado estadual e federal do RN.


Como prefeito de Natal, Sylvio Pedroza investiu na orla marítima, com a construção da Avenida do Contorno; oficializou o bairro do Alecrim e integrou o bairro das Rocas ao restante da cidade.


Sylvio Pedroza foi o primeiro dono da hoje Casa da Dinda, na região dos Lagos, em Brasília. Lugar que ele deu o nome de Casa Pirangi. 


Luiz Eduardo contou que certa vez Fernando Collor, atual proprietário da casa, relembrou como o pai, Arnon Collor de Mello, comprou o imóvel. Estava no lugar a convite de Sylvio Pedroza e fez oferta para comprar a casa. Proposta irrecusável, negócio fechado. Arnon Collor disse que iria comprar a vista. Quando Sylvio pensou que seria pagamento à vista, ele brincou que era a vista do lugar.


Mãe de Luiz Eduardo, a carioca Clô Pedroza foi de tradicional família do Rio de Janeiro. Seu trisavô Antônio Clemente Pinto, comerciante e fazendeiro de café conhecido como Barão de Nova Friburgo, construiu o Palácio Nova Friburgo, atual Palácio do Catete, na capital do RJ, entre 1858 e 1867.


Após o casamento, bela e chique, Clô veio morar em Natal. E na capital-potengi mudou costumes com comportamento e itens refinados.


Contamos a historia da elegante Clô Pedroza na edição de maio de 2015 da Revista Bzzz.


E foram tantas histórias boas na noite de ontem.


Como a do Comandante Graco, que partiu no 11 de novembro, no quarto de dormir, na mesma cama em que nasceu, trazida da fazenda mineira dos seus pais. 


No RN, pilotou avião para os governadores Ubaldo Bezerra (interventor), José Varela, Dix-sept Rosado, Sylvio Pedroza, Dinarte Mariz, Aluízio Alves, Monsenhor Walfredo Gurgel, Cortez Pereira, Tarcísio Maia, Lavoisier Maia, José Agripino Maia e Geraldo Melo. Leia um pouco da sua história aqui.


  Edição da Bzzz com a matéria sobre Clô D’Azevedo Pedroza, mãe de Luiz Eduardo, escrita por Thiago Cabal


 A sala dos anos 50 que pertenceu aos pais de Toninho, Elza e Graco Magalhães 


O casarão da Urca, no Rio de Janeiro, que pertenceu a Branca e Fernando Pedroza


Com Hilneth Correia na sala histórica


O homenageado e a esposa Vilma, Ivone Freire, Márcio Pedroza, irmão do anfitrião 

Branquinha Pedroza e o primo Luiz Eduardo

Autor(a): Eliana Lima



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